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De goleada
Pesquisa Quaest dá conta que o governador Ratinho Junior é aprovado por 79% enquanto 17% desaprova. Paraná é o estado que mais desaprova o Governo Lula

De goleada<br>Pesquisa Quaest dá conta que o governador Ratinho Junior é aprovado por 79% enquanto 17% desaprova. Paraná é o estado que mais desaprova o Governo Lula
Segundo o Portal G1, a pesquisa Quaest divulgada nesta quinta-feira (11) aponta que o governador Ratinho Júnior (PSD) é aprovado por 79% dos eleitores paranaenses, enquanto 17% reprovam sua gestão. A margem de erro é de 2,9 pontos para mais ou para menos.
Veja os números: Aprova: 79%; Reprova: 17%; Não sabe/não respondeu: 4%. O levantamento ouviu 1.121 pessoas no estado. Margem de erro é de 2,9 pontos percentuais para mais ou para menos. Pesquisa ouviu 1.121 pessoas no estado. Margem de erro é de 2,9 pontos percentuais para mais ou para menos

Lula

O levantamento da Pesquisa Quaest divulgada nesta quinta-feira (11/04/24) mostra a aprovação e a avaliação do governo do presidente Lula (PT) nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás. A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos e ouviu eleitores com 16 anos ou mais entre os dias 4 e 7 de abril. De acordo com a Quaest, o presidente tem melhor aprovação entre os paulistas e mineiros, onde é aprovado por 50% e 52% dos entrevistados, respectivamente. A pesquisa também pediu para os entrevistados avaliarem o governo como positivo, negativo e regular. No Paraná e em Goiás, Lula foi pior avaliado, tendo a gestão considerada negativa por 41% e 40% dos entrevistados, respectivamente.

Brazão virou fosforo queimado
A Câmara dos Deputados aprovou por 277 a 129 votos, a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão

Brazão virou fosforo queimado<br>A Câmara dos Deputados aprovou por 277 a 129 votos, a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão

Brazão virou fosforo queimado

A Câmara dos Deputados aprovou por 277 a 129 votos, a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão [...]

A Câmara dos Deputados aprovou por 277 a 129 votos, a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão,  preso sob suspeita de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco. 28 parlamentares deixam votar. A informação é do site da Folha de São Paulo. Abaixo, a matéria da Agência Câmara: A Câmara dos Deputados manteve, por 277 votos favoráveis, a prisão preventiva do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), preso no dia 24 de março pela Polícia Federal sob acusação de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes. Houve 129 votos contra a prisão e 28 abstenções. Para manter a prisão preventiva, são necessários os votos da maioria absoluta da Câmara (257 votos). O deputado foi preso por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito. A decisão foi seguida pela 1ª Turma do STF. O Plenário acompanhou parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), de autoria do deputado Darci de Matos (PSD-SC), que recomenda a manutenção da prisão preventiva por crime flagrante e inafiançável de obstrução de Justiça com o envolvimento de organização criminosa. Além do deputado, é acusado de mandante do crime o seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. O processo passou a tramitar no Supremo porque ambos têm foro privilegiado. O assassinato de Marielle ocorreu em março de 2018, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Na época, Brazão era vereador na capital fluminense. Fonte: Agência Câmara de Notícias

História & Pesquisa
Cervos, araucárias e humanos: a pré-história do Paraná está nas paredes de Piraí do Sul

História & Pesquisa<br>Cervos, araucárias e humanos: a pré-história do Paraná está nas paredes de Piraí do Sul

O casal de arqueólogos franceses Annette Laming e Joseph Emperaire descreveu, em artigo publicado em 1956 no Journal de la Société des américaniste, pinturas visitadas por eles no chamado Abrigo das Cavernas, uma cavidade incrustrada dentro da Escarpa Devoniana, no município dos Campos Gerais. Descobertas que seguiram nas décadas seguintes.

“A cena principal representa três animais caminhando em fila, o maior deles entre os dois menores. Trata-se, sem dúvida, de uma corça e dois filhotes, como indicam as grandes orelhas e as caudas curtas. Os animais se dirigem para dois signos gradeados igualmente pintados em vermelho, parcialmente superpostos e divididos cada um em três compartimentos. O pequeno filhote que se encontra em primeiro lugar desta fila penetrou completamente no primeiro desses signos”. É assim que o casal de arqueólogos franceses Annette Laming e Joseph Emperaire descreveu, em artigo publicado em 1956 no Journal de la Société des américaniste, as pinturas visitadas por eles no mesmo ano no chamado Abrigo das Cavernas, uma cavidade incrustrada dentro da Escarpa Devoniana, no município de Piraí do Sul, nos Campos Gerais. O desenho pintado com tinta vermelha a cerca de dois metros do chão é uma espécie de certidão de nascimento da habitação humana no Paraná. “São as primeiras pinturas rupestres identificadas e estudadas sistematicamente em território paranaense e que tiveram ampla repercussão internacional”, explica a arqueóloga e pesquisadora do Museu Paranaense, Cláudia Parellada. Em 1956, Joseph e Annette já eram uma referência internacional no estudo de arqueologia. Desde 1955, eles vinham se dedicando a pesquisas com sambaquis em todo Sul do Brasil, em um processo de cooperação entre instituições francesas e brasileiras. Até então, as pinturas de Piraí do Sul estavam fora do radar do casal e de toda comunidade científica. A situação começou a mudar graças a um morador local, Theófilo Pinto Ribeiro, proprietário de terras na região. Ele viu algo de familiar nas fotografias de uma reportagem da edição de janeiro de 1956 da revista Cruzeiro. A matéria tratava das pesquisas do naturalista dinamarquês Peter Lund, realizadas em Minas Gerais no final do século XIV. As fotos de pinturas nas paredes eram tratadas como arte rupestre e lembravam muito algumas pinturas presentes em partes da fazenda do própria Theófilo. Intrigado, o produtor rural levou o assunto à prefeitura. Inicialmente, formou-se uma comitiva para visitar o abrigo, com a presença de promotor público, padre e contador. A expedição resultou em matéria publicada no jornal curitibano O Dia, mas ficou claro que era preciso colocar especialistas em contato com a pintura. “A prefeitura também entendeu que aquilo precisava ser explorado e entrou em contato com o Museu Paranaense”, diz a historiadora Cinara de Souza Gomes, sobrinha-neta de Theófilo e autora do livro “As Representações Geométricas e Zoomorfas da Tradição Planalto. A Arte nos Campos Gerais”, publicado pela Secretaria de Cultura em 2011. A direção do Museu contatou então Anette e Joseph e destacou Oldemar Blasi como representante da sua Divisão de Arqueologia para acompanhá-los. Os arqueólogos fariam o devido reconhecimentos das pinturas com a publicação subsequente do artigo na revista francesa. O casal não retornaria mais a Piraí do Sul. Joseph morreria em 1958, na Patagônia, soterrado em um sítio arqueológico no qual trabalhava. Annette continuaria a trabalhar no Brasil. Na década de 70 ela liderou a equipe que encontrou os restos do esqueleto de uma mulher de cerca de vinte anos em uma gruta do município mineiro de Lagoa Santa. O fóssil recebeu o apelido de “Luzia” e é o mais antigo já encontrado na América do Sul, tendo entre 12.500 e 13 mil anos de idade. Annette viria a falecer em Curitiba, em 1977. PARADA OBRIGATÓRIA  Depois do batismo dos franceses, Piraí do Sul se tornaria presença obrigatória para o estudo da arqueologia do Paraná. Blasi voltaria a Piraí do Sul em 1963, 64 e 66. As missões oficiais teriam o apoio financeiro do Governo do Estado, por meio da Fundepar. Nas viagens, novas pinturas e indicativos da presença humana iam sendo encontrados. Na década de 70, Blasi ampliou as pesquisas para municípios próximos como Sengés, Jaguariaíva e Ventania. A partir da década de 90, uma nova geração de pesquisadores do Museu Paranaense e das universidades estaduais passou a trabalhar na região. Cláudia, por exemplo, identificou, entre 1992 e 1993, um grande conjunto de pinturas rupestres nas Cavernas do Morro Azul, em Ventania. Em 1992, também iniciou a documentação do chamado Abrigo São José da Lagoa II, em Piraí. Na época, devido às chuvas e à falta de um equipamento fotográfico de maior qualidade, o trabalho ficou incompleto. Em 2014, com equipamento mais apropriado, ela voltou ao local e identificou uma representação bastante rara no Estado: figuras humanas em movimento, possivelmente em uma dança ritual. Em fevereiro do ano passado, pesquisadores do Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (Gupe), que reúne professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), publicaram um estudo sobre pinturas de araucária. Foi a primeira vez que pesquisadores encontraram a representação da árvore, símbolo do Paraná, registrada como pintura rupestre. Ao todo, foram identificadas representações de 13 araucárias e 20 antropomorfos (que são representações humanas). Pelo alto grau de detalhes das pinturas, o Grupo identificou que o painel pode ter sido elaborado pelos povos originários Macro-Jê, antepassados de comunidades indígenas presentes atualmente no Sul do Brasil, como os Kaingang e Xoclengues. O Gupe segue coletando e mapeando registros arqueológicos. A publicação mais recente envolve um estudo de 52 sítios arqueológicos da Escarpa Devoniana em Ponta Grossa, em que foram inventariados um total de 277 painéis com 1.212 figuras pintadas por povos originários que habitaram a região há centenas de anos. O trabalho também descobriu 27 novos sítios arqueológicos e 12 oficinas líticas, que são locais onde as populações fabricavam artefatos. Os resultados servirão de base para o desenvolvimento de pesquisas mais detalhadas nos próximos anos. HISTÓRIA HUMANA NO PARANÁ – O trabalho dos arqueólogos ajuda a contar a história da presença humana em terras paranaenses. Segundo levantamento de Cláudia, o Paraná conta com mais de 400 sítios arqueológicas com pinturas rupestres e 50 com gravuras. Cerca de 90% delas estão na região cortada pela Escarpa Devoniana, nos Campos Gerais. Algumas dessas pinturas, como a dos cervídeos no Abrigo das Cavernas, estão provavelmente relacionadas a grupos que habitavam o Estado há mais de 9 mil anos. “São desse intervalo [por volta de 9 mil anos atrás]. São os que chamamos de paleoíndios, grupos que viviam da caça e coleta. Os ceramistas, grupos que já viviam do manejo da agricultura, chegam mais recentemente, por volta de 4 mil anos atrás”, explica. Os paredões, grutas, cavernas e todo território recortado e arenítico da Escarpa Devoniana guardam os registros da arte rupestre que percorre esse longo intervalo temporal. De modo geral, no entanto, elas podem ser classificadas em duas grandes tradições: a Planalto e a Geométrica. A Planalto apresenta grafismos pintados geralmente em vermelho e marrom, e mais raramente em preto ou amarelo. Comumente traz representações de animais e, em menor número, figuras humanas, grades, sinais geométricos e motivos emblemáticos. A tradição Geométrica caracteriza-se por representações geométricas, quase não aparecendo outras representações. MUITO A SER ESTUDADO – Quem vive e pesquisa na região diz que existe muito a ser descoberto, catalogado e estudado. A história de Cinara, nesse sentido é peculiar. “Eu brincava com minhas primas naquela fazenda que era do tio Theófilo. Brincávamos ali perto das pinturas dos veadinhos, como chamávamos. As pinturas faziam parte da brincadeira”, afirma. Ela cresceu e deixou de brincar, mas o fascínio despertado por aquelas imagens não foi embora. Se graduou em História pela UEPG, fez uma pós-graduação em arqueologia na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e escreveu um livro sobre a pintura na região. Cinara trabalha no escritório do Núcleo Estadual de Educação no município. Nos finais de semana e feriados aluga sua chácara para quem quer acampar. Os paredões de pedra e o belo visual atraem em especial escaladores de todo País. Há 13 anos, um deles correu para avisá-la que tinha visto pinturas no paredão. “Achei que era impossível pois todas as pinturas até encontradas eram Serra acima e nós estamos embaixo da Serra. Como já era noite quase dormi esperando amanhecer para ir conferir a veracidade da foto. Ao chegar no local fiquei tão maravilhada que sentei no chão em frente as pinturas e fiquei contemplando”, relata Cinara, que pretende ampliar os estudos nas pinturas no quintal de casa, depois da aposentadoria. Os planos de Cinara em Piraí do Sul são bem vistos por Cláudia no Museu Paranaense. “Tem várias pinturas. Coletamos material para análise. São três sítios cujas pinturas provavelmente estão associadas às populações mais antigas. Tem uma representação de ema, motivos geométricos com pigmento amarelo que acredito estar relacionado aos Gês. Mas é preciso fazer um estudo mais sério, com mais tempo”, diz Cláudia.

Governador Juninho assina lei que amplia o efetivo da Polícia Militar do Paraná

Governador Juninho assina lei que amplia o efetivo da Polícia Militar do Paraná
O governador Carlos Massa Ratinho Junior sancionou nesta terça-feira (09/04/24) a lei estadual nº 21.925/2024 , que aumenta em 273 cargos o efetivo total da Polícia Militar do Paraná (PMPR), fixando o efetivo em 23.469 profissionais. Os cargos são para coronel, tenente-coronel, major, capitão, tenente, sargento, cabo e soldado. A legislação prevê que a ativação das vagas será formalizada por decreto, de acordo com os critérios de oportunidade e conveniência e observando a disponibilidade orçamentária e financeira. Os profissionais ainda serão contratados via concurso público da PMPR. Em 2023, o governador Carlos Massa Ratinho Junior liberou a realização de um novo concurso para o preenchimento de vagas na corporação, cujo edital está em fase de construção. No ano passado, 2.485 policiais militares foram convocados para ingressar na PMPR, oriundos do concurso de 2021. Com a aprovação da medida, o Governo do Estado avança no projeto para implantação do 32º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Sarandi, na região Noroeste do Paraná, com uma redistribuição da área sob gestão do 4º BPM de Maringá. Atualmente a unidade atende 718 mil habitantes em uma área de quase 3 mil quilômetros quadrados. Com a criação do 32º BPM e remanejamento do efetivo, as cidades de Mandaguaçu, Marialva, Paiçandu e Sarandi, na Região Metropolitana de Maringá e que reúnem uma população de 237 mil habitantes, passarão para a área de abrangência do novo batalhão. A estrutura deverá ser instalada, inicialmente, na sede da 4ª Companhia do 4º BPM. As mudanças também beneficiam a população de Maringá, cidade mais populosa, que permanecerá sob a gestão do 4º BPM, mas que terá dedicação exclusiva ao município, dentro da área de abrangência do 3° Comando Regional da PMPR.

Rodrigo Faro não esperava por isso. Nas redes sociais, virou o meme do ano, por conta do lançamento do trailer do filme em que ele interpreta Silvio Santos. O apresentador é comparado ao Kiko e dançarinos do Chapolin

Rodrigo Faro não esperava por isso. Nas redes sociais, virou o meme do ano, por conta do lançamento do trailer do filme em que ele interpreta Silvio Santos. O apresentador é comparado ao Kiko e dançarinos do Chapolin
Segundo matéria veiculada no caderno F5, do site da Folha de São Paulo, bastou o lançamento do trailer da cinebiografia de Silvio Santos para que o apresentador e ator Rodrigo Faro, que no longa dá vida ao comandante do SBT, virasse meme. A matéria dá conta que muita gente o tem comparado ao Carlos Villagrán, o Quico do seriado Chaves, e também aos dançarinos gêmeos de Chapolin pela caracterização. O filme vai contar a história do sequestro sofrido por Silvio Santos em 2001.

Campanha das Diretas Já
Comício da Candelária, 40 anos: o legado sociopolítico das Diretas Já. População lotou ruas em defesa de eleições diretas e fim da ditadura

Campanha das Diretas Já<br>Comício da Candelária, 40 anos: o legado sociopolítico das Diretas Já. População lotou ruas em defesa de eleições diretas e fim da ditadura
Ali, no meio de uma multidão que se espremia nas avenidas Rio Branco e Presidente Vargas, no centro do Rio, uma adolescente de 16 anos olhava impressionada para a movimentação ao redor. Era a primeira vez que participava de uma manifestação política, mas já sabia que se tratava de um momento histórico. O Comício da Candelária, segundo jornais da época, reuniu cerca de 1,2 milhão de pessoas. Foi um dos principais atos do movimento das Diretas Já, que fez o povo voltar às ruas depois de 20 anos de repressão violenta da ditadura militar. Para alguns, o momento era de recuperar a voz de protesto represada durante anos. No caso de Adriana Ramos, que tinha acabado de entrar para a faculdade, era um despertar político.
Brasília (DF) 10/04/2024 - Comício da Candelária, 40 anos: o legado sociopolítico das Diretas Já Foto: Claudio Tavares / ISA
Rio de Janeiro - Adriana Ramos fala sobre o comício da Candelária - Foto Claudio Tavares / ISA
“Eu não tinha consciência política. Vinha de uma família bem conservadora, de direita. Na escola, praticamente todos os colegas eram filhos de militares. Na época, vi toda a mobilização e os colegas de faculdade se organizando para ir ao comício. Lembro da minha mãe e da minha avó ficarem apreensivas. Mas, até pela ignorância de não saber muito o que significava aquela manifestação, fui na onda”, lembra Adriana. “Foi algo que marcou muito minha relação com a política dali para a frente”. Lívia de Sá Baião também era estudante universitária na época. Estudava economia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio). Tinha 19 anos e trabalhava como estagiária em um banco próximo à Candelária, quando se encontrou com amigos para assistir ao comício.
Brasília (DF) 10/04/2024 - Comício da Candelária, 40 anos: o legado sociopolítico das Diretas Já Foto: Livia Sá Baião/Arquivo Pessoal
Rio de Janeiro - Lívia Sá Baião fala sobre o comício da Candelária - Foto Livia Sá Baião/Arquivo Pessoal
“Aquele momento foi um marco na minha vida. Lembro muito da emoção de estar lá, de participar daquele momento, ouvir aqueles líderes falando” disse Lívia. “Ouvi o Brizola, o Tancredo Neves. A gente estava ali em um momento crucial”. O jornalista Alceste Pinheiro também esteve no Comício da Candelária, mas como manifestante. Ele lembra que ficou na Avenida Rio Branco, onde ouvia os discursos, mas não tinha uma visão tão completa como a das pessoas que ficaram de frente para o palanque.
Rio de Janeiro (RJ), 09/04/2024 – O jornalista Alceste Pinheiro, na Igreja da Candelária, local do histórico comício pelas Diretas, ocorrido em 10 de abril de 1984. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Rio de Janeiro – O jornalista Alceste Pinheiro, na Igreja da Candelária, local do histórico comício pelas Diretas - Foto Tomaz Silva/Agência Brasil
“Mas lembro dos ônibus superlotados, da cidade toda se movimentando naquela direção. Lembro do êxtase e da confiança das pessoas, do sentido dos discursos, muito bem preparados, bem armazenados na memória, do que se cantou. Lembro do que se gritou: Diretas Já! O Povo quer votar!”.

Cobertura jornalística

O fotógrafo Rogério Reis trabalhava na revista Veja em 1984. Às vésperas do comício, a revista percebeu que o evento prometia ser grandioso, por causa do número de doações espontâneas feitas para os organizadores em uma conta do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj). “Esse foi o primeiro sinal que a gente teve, uma semana antes, de que o público estava disposto a colaborar para um grande evento, com produção de faixas e todo o material que envolve um grande comício”, disse o fotógrafo. Outro sinal era o fato de o governador fluminense à época ser o gaúcho Leonel Brizola, afinado com a proposta das Diretas Já. Ele se dispôs a interditar toda a Avenida Presidente Vargas para que o evento pudesse ocorrer. Foram colocados balões iluminados com gás hélio. A revista escalou três fotógrafos para acompanhar o evento: um faria fotos aéreas de um helicóptero alugado, outro ficaria em frente ao palanque e o terceiro, que era Rogério Reis, circularia mais solto entre a multidão, para fazer aspectos de comportamento.
Brasília (DF) 10/04/2024 - Comício da Candelária, 40 anos: o legado sociopolítico das Diretas Já Foto: Rogério Reis/Arquivo Pessoal
Brasília - Comício da Candelária 40 anos: o legado sociopolítico das Diretas Já - Foto Rogério Reis/Arquivo Pessoal
“Eu classifico como uma das coberturas que raramente você, como jornalista, está acostumado a vivenciar. A gente tem certo distanciamento das cenas. Mas, nesse processo de abertura, vi muito profissional trabalhando emocionado. Como ocorreu também na chegada dos exilados. Lembro que na chegada do (Miguel) Arraes (deposto do cargo de governador de Pernambuco em 1964) no (aeroporto do) Galeão, tinha muito repórter e fotógrafo trabalhando chorando”.

Comício

Por volta das 16h do dia 10 de abril, começou o Comício da Candelária. Os manifestantes gritavam palavras de ordem, agitavam bandeiras, faixas e cartazes, vibravam com os discursos de diferentes líderes da oposição ao regime militar, e cantavam em coro músicas dos artistas presentes. Fafá de Belém conduziu o Hino Nacional e a música Menestrel das Alagoas, que virou um dos hinos da Diretas Já. Em seguida, foi libertada uma pomba branca, que saiu voando, assustada com a multidão. Milton Nascimento levou o público às lágrimas ao interpretar Nos bailes da vida. O advogado Sobral Pinto, aos 90 anos de idade, leu o que se tornaria o artigo 1º da Constituição Brasileira: “Todo poder emana do povo”. Durante seis horas, diferentes personalidades alternaram-se no palco. Entre os políticos estavam Leonel Brizola (PDT-RJ), Franco Montoro (PMDB-SP), Tancredo Neves (PMDB-MG), Ulisses Guimarães (PMDB-SP), Luís Inácio Lula da Silva (PT-SP) e Fernando Henrique Cardoso (PMDB-SP), que dividiram o mesmo palanque.
Brasília (DF) 10/04/2024 - Comício da Candelária, 40 anos: o legado sociopolítico das Diretas Já Foto: Vidal da Trindade/CPDoc JB
Rio de Janeiro - O cantor Milton Nascimento no comício da Candelária - Foto Vidal da Trindade/CPDoc JB
Entre os artistas, Chico Buarque, Maria Bethânia, Lucélia Santos, Cidinha Campos, Chacrinha, Cristiane Torloni, Erasmo Carlos, Ney Matogrosso, Paulinho da Viola, Bruna Lombardi, Maitê Proença, Walmor Chagas. Também havia famosos como o jogador de futebol Reinaldo, o cartunista Henfil, a apresentadora Xuxa e a atleta de vôlei Isabel. E na apresentação principal, a voz do “locutor das diretas”, o radialista esportivo Osmar Santos.

Luta por democracia

O evento na Candelária era parte de uma série de manifestações de rua que tomaram conta do país em 1983 e 1984. Os governos militares começam a enfrentar crises econômicas mais agudas na década de 70, com endividamento externo e inflação alta. Na gestão de Ernesto Geisel (74-79) fala-se pela primeira vez em abertura política, mesmo que “lenta e gradual”. Na gestão de João Batista Figueiredo (79-85) são restabelecidas as eleições diretas para os governos estaduais. Em 1982, a oposição conquista o governo de nove estados, com destaque para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em 2 de março de 1983, o deputado federal Dante de Oliveira (PMDB-MT) apresenta emenda à Constituição, assinada por 199 congressistas, para restaurar a eleição direta para presidente a partir de 1985. Nos meses seguintes, muitos atos públicos foram feitos em defesa da pauta. O primeiro comício com articulação centralizada ocorreu em Goiânia, com 5 mil pessoas, em 15 de junho. Cidades de todas as regiões do país passam a ter manifestações. O destaque é para a chamada Caravana das Diretas, em fevereiro de 1984, que percorre cidades do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Em 24 de fevereiro, Belo Horizonte registra até ali o maior público de um comício, cerca de 400 mil pessoas. Esse número só seria superado pelo comício do Rio de Janeiro, na Candelária, e pela passeata de São Paulo, que saiu da Praça da Sé até o Vale do Anhangabaú. Ambos, ocorridos em abril, ultrapassaram a marca de 1 milhão de pessoas. Apesar de toda essa mobilização popular, semanas depois, em 25 de abril, é votada a Emenda Dante de Oliveira no Congresso. A derrota vem por diferença de 22 votos. O primeiro presidente da República depois da ditadura militar, Tancredo Neves, seria escolhido por eleição indireta no Colégio Eleitoral.

Frustração

Já naquela época, o jornalista Alceste Pinheiro acreditava que a emenda constitucional não passaria, por todas as circunstâncias e pressões que existiam de vários lados. Havia os que não queriam a aprovação e os que preferiam adiar para uma situação que, politicamente, fosse mais favorável. “Eu achava isso e falava para algumas pessoas. Mas, entre as pessoas da minha relação, todas tinham esperança muito grande de que a emenda passaria. Eu desconfiava. Mesmo assim, fui à Cinelândia quando se votou a emenda, que foi derrotada. Foi absolutamente distinto do que ocorreu na Candelária”, disse Alceste. Para quem alimentou por meses a esperança de que poderia escolher finalmente o ocupante do cargo mais alto do país, a euforia deu lugar à frustração. “Foi uma grande decepção quando a Emenda Dante Oliveira foi rejeitada na Câmara, poucos dias depois do comício. Fiquei arrasada. E aí deu no que deu. Só tivemos eleições em 1989”, disse Lívia de Sá. “Uma mobilização daquele tamanho e, no final, a emenda não foi aprovada? Foi um balde de água fria, de mostrar um limite da mobilização da sociedade. Mas, sem dúvida, tinha esse entendimento de que a gente estava entrando em nova época. Com mais demandas e mais possibilidades de participação da sociedade”, afirmou Adriana Ramos, que hoje é ambientalista.

Legado democrático

Para o historiador Charleston Assis, da Universidade Federal Fluminense (UFF), é importante olhar além dos objetivos imediatos do movimento das Diretas Já e entender o significado mais amplo dele no contexto de redemocratização do país. Assis lembra que apenas três anos antes aconteceu o atentado do Riocentro, em que um grupo de militares tentou intimidar, ferir e matar jovens em um show para retardar a abertura política. A tentativa terminou em fracasso, mas mostrou os perigos que esse grupo representava. Assim, voltar às ruas e pedir eleições diretas para presidente era um ato de coragem e de resistência ao silêncio imposto pela ditadura.
Brasília (DF) 10/04/2024 - Comício da Candelária, 40 anos: o legado sociopolítico das Diretas Já Foto: Vidal da Trindade/CPDoc JB
Rio de Janeiro - Políticos como Leonel Brizola e Tancredo Neves no comício da Candelária - Foto Vidal da Trindade/CPDoc JB
“O movimento das Diretas Já tem inúmeros ganhos. Essa emergência popular vai fazer com que o povo se torne um ator político muito decisivo. A partir daquele momento, as demandas não podem mais ser ignoradas. O país vai ter conquistas como a ampliação da rede de proteção social, do acesso à casa própria, mais tarde do acesso à universidade pela juventude preta e indígena. Isso tudo estava ali nos anos 80, e a luta pelas Diretas trazia uma série de sonhos coletivos desse povo enquanto nação”, diz o historiador. Charleston entende que, por causa das recentes tentativas de golpe de Estado e do fortalecimento de discursos retrógrados, lembrar da mobilização popular da década de 1980 é importante para valorizar as conquistas sociais das últimas décadas. “É muito necessário que a gente rememore essa campanha por conta daquilo que ela traz de oposição ao autoritarismo e de defesa da democracia. A ditadura militar foi uma tragédia social, política e econômica. Basta lembrar que nossa dívida externa passou de R$ 3 bilhões em 1964 para R$ 100 bilhões no fim do governo militar. As Diretas Já mostraram que o povo brasileiro se colocou decididamente contra a ditadura e a rejeitou em bloco”.

Edição: Graça Adjuto

Tabela do Imposto de Renda
O senador Oriovisto Guimarães conversou com o jornalista Carlos Nascimento.
Acompanhe…

Tabela do Imposto de Renda<br>O senador Oriovisto Guimarães conversou com o jornalista Carlos Nascimento.<br>Acompanhe…
Tabela do Imposto de Renda.<br> O senador Oriovisto Guimarães conversou com o jornalista Carlos Nascimento.<br> Acompanhe...

Política Real.
Comentário do jornalista Genésio Araújo Junior, desta quarta-feira (10/04/24), direto de Brasília, especialmente para OgazeteirO.
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Política Real.<br>Comentário do jornalista Genésio Araújo Junior, desta quarta-feira (10/04/24), direto de Brasília, especialmente para OgazeteirO.<br>Acompanhe…
Política Real. Comentário do jornalista Genésio Araújo Junior, desta quarta-feira (10/04/24), direto de Brasília, especialmente para OgazeteirO. Acompanhe…

Inferno de Sergio Moro diminui, mas o pior está por vir. CNJ julga o processo de correição na 13ª Vara Federal de Curitiba, local onde o ex-juiz deitou e rolou

Inferno de Sergio Moro diminui, mas o pior está por vir. CNJ julga o processo de correição na 13ª Vara Federal de Curitiba, local onde o ex-juiz deitou e rolou

 Luís Roberto Barroso marcou a data do julgamento no CNJ - Conselho Nacional de Justiça - do processo de correição na 13ª Vara Federal de Curitiba, da qual Moro foi o juiz titular nos tempos da Lava-Jato. Será na terça-feira (16/04/24).

Segundo o colunista Lauro Jardim, GLOBO, a correição, conduzida pelo ministro Luís Felipe Salomão, do STJ, aponta que a 13ª Vara sob Moro tinha uma "gestão caótica" em relação ao controle dos recursos resultantes dos acordos de delação e de leniência firmados com o MPF e homologados pela Justiça. Não foi encontrado um inventário de onde foram guardados todos os itens apreendidos (como obras de arte, por exemplo). Assim como não se conseguiu identificar a destinação de diversos desses bens, inclusive os recursos que foram confiscados no exterior.

As intenções de Elon Musk – Por Francisco Gomes Junior*

As intenções de Elon Musk – Por Francisco Gomes Junior*
As mensagens postadas por Elon Musk em sua própria rede social “X” (antigo Twitter) afrontando o Poder Judiciário brasileiro e, em última análise, o próprio país, estão sendo analisadas sob um viés político, com apoio daqueles que não simpatizam com o STF (Supremo Tribunal Federal) e seus Ministros e repúdio daqueles que são cientes da filosofia de extrema direita do empresário.
Na realidade, embora a polarização política continue dominando o debate no país, é necessário que se faça uma análise mais técnica e jurídica sobre o teor das declarações publicadas. Não se trata de escolher um lado, mas sim de analisar as declarações dadas de acordo com as leis do Brasil. Também não se busca especular sobre as razões das declarações, sejam elas de natureza comercial, política ou meramente provocativa. Podem ser até um pouco de cada, além de um egocentrismo doentio, mas isso aqui não interessa. O que interessa são as leis. Inicialmente, óbvio dizer que o “X” (ex-Twitter) operando no mercado brasileiro onde oferece seus serviços, sujeita-se como todas as demais empresas à legislação do país, não somente à Constituição Federal, mas também a outras as outras leis. Não pode haver privilégios, todos são iguais perante a lei e a ela devem obediência. Ao dizer publicamente que pretende descumprir decisões judiciais, a seu critério e julgamento, Musk afronta instituições e se coloca acima da lei. Como todos sabem, “decisão judicial se cumpre” e caso discorde delas, pode-se ingressar com os recursos cabíveis. Descumprir decisão judicial é crime, bem como incitar o seu descumprimento. Há total liberdade de expressão a todos os cidadãos, como estabelece a Constituição, mas há o dever indiscutível de submissão às leis e aos Poderes do país. As denominadas redes sociais (mídias sociais na realidade) afrontam instituições e governos em todo planeta, sempre visando preservar seus privilégios comerciais, o ganho de bilhões de dólares. Lutam globalmente para não serem regulamentadas e com isso manterem seus privilégios, como manipular sem clareza milhoes de dados pessoais de seus usuários e divulgarem discursos de ódio e fake news. Como uma categoria de mídia, parece evidente que devem submeter-se a todos os ditames legais que as demais mídias observam, mas não querem isso. Querem um salvo conduto para não responderem por conteúdos indevidos, ainda que esses conteúdos propaguem pedofilia, crimes ou a abolição do Estado de Direito. O STF brasileiro, por meio do Ministro Alexandre de Moraes e diante das ameaças perpetradas pelo bilionário, utilizou do seu poder de cautela e determinou que se investigue as condutas de Musk, além de deixar fixada a multa diária de 100 mil reais para cada descumprimento, diariamente. Isso, além da responsabilidade pessoal dos representantes do “X” no Brasil por crime de desobediência. As medidas parecem todas corretas juridicamente e bem fundamentadas. Não se responde a arroubos de grandeza anárquica com bate boca, se responde através das leis que o país possui. Se uma empresa pode descumprir decisões judiciais, então todas poderão. E aí se instaura o caos, a abolição do Estado de Direito e sua substituição por uma lei da selva, onde a dominância financeira de pessoas como Musk ditariam as condutas do Estado. Que se apliquem nossas leis, que sejam efetuadas as investigações e responsabilizações. A única ressalva que se pode fazer, talvez seja em relação ao baixo valor da multa pelo descumprimento de ordens judiciais, dada a capacidade financeira do potencial infrator e sua empresa. Repúblicas das bananas não tem leis, o Brasil as tem. Francisco Gomes Júnior - Advogado Especialista em Direito Digital. Presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP). Autor da obra “Justiça sem Limites”. Instagram: @franciscogomesadv - @ogf_advogados

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