O deputado estadual Renato Freitas (PT) fez uma denúncia grave na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) nesta segunda-feira (14/10/24), que destacou a exploração enfrentada pelos funcionários terceirizados contratados por empresas que prestam serviços à Casa. Segundo o parlamentar, os trabalhadores recebem valores extremamente baixos em comparação com o que é repassado às empresas pela própria Alep.
Entre as empresas citadas está a ADSERVI Administradora de Serviços, responsável por serviços essenciais como limpeza, conservação, manutenção e operação de elevadores. A empresa mantém um contrato anual de quase R$ 9 milhões (R$ 8.960.311,68) com a Alep, o que representa um repasse mensal de R$ 746.692,64. No entanto, o que chama atenção é a diferença gritante entre o valor recebido pela ADSERVI e o salário repassado aos trabalhadores.
Uma das situações mencionadas por Renato Freitas envolve as operadores de elevadores (ascensoristas). Enquanto a Alep paga à empresa cerca de R$ 3.731,02 por cada operadora, as funcionárias recebem um valor líquido de apenas R$ 1.159,29. “Esse mundo que prometemos em período eleitoral, nós conseguimos antecipar para aqueles nos servem nessa casa? Aqueles que depois desta cerimônia retiram as cadeiras, limpam as mesas, servem a água, fazem a manutenção dos equipamentos, aqueles que realmente dão condições para que nós consigamos exercer o ofício nobre de deputados e deputadas”, questionou Freitas.
O caso dos trabalhadores dos serviços gerais não é diferente. Cada funcionário custa à Alep R$ 3.689,48, mas o salário líquido desses profissionais é de apenas R$ 1.017,13. Já as copeiras, que também são responsáveis por garantir o bom funcionamento da rotina da Casa, recebem R$ 1.397,43, enquanto a ADSERVI recebe R$ 3.699,99 por cada uma delas. “Essas pessoas que para muitos parecem ser invisíveis nessa casa, são centenas. Fiquei estarrecido em saber dessa hiper-exploração. A taxa de lucro dessas empresas é de 70% em cada funcionário”, explicou.
Renato Freitas cobrou uma ação imediata da presidência da Alep para rever esses contratos e garantir melhores condições de trabalho e remuneração para os funcionários terceirizados. “É uma injustiça e quem assina essa injustiça, se não a presidência dessa casa com a anuência de todos os demais e demais deputados, a qual eu, infelizmente, mas não calado, me insiro?”, reiterou.
“Ai de vós, hipócritas, o sonho, o grito e o choro dos humildes atormentará para sempre vossas consciências”, concluiu.