Os gazeteiros do Jornal do Brasil, informam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou seu discurso no ato de Porto Alegre, na noite desta terça-feira (23), véspera do julgamento do recurso de sua condenação no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), afirmando que não estava ali para se defender, mas “para falar de esperança, de sonhos, da soberania nacional, das pessoas que querem ter um emprego e viver com dignidade”.
“Eu vim aqui falar do país em que sonhamos que a gente poderia ter trabalhadores que ganhavam salário mínimo com mais aumento proporcional do que aqueles que eram mais ricos. O país que uma criança não precisava deitar sem tomar um copo de leite”, afirmou o petista, na manifestação, acrescentando que o momento atual de retrocessos no país tem relação com uma “elite perversa”.
Lula disse que, em relação a seu julgamento, tem “a tranquilidade dos inocentes” e que está claro o medo de setores da sociedade de que ele volte a governar o país. O petista afirmou, ainda, que acredita na mobilização dos partidos e movimentos de esquerda “não em torno de um candidato, mas em torno de um projeto”.
“Eles tem medo que eu volte? Eles tem medo pelas coisas boas que nós fizemos. Por uma empregada doméstica ver sua filha estudando medicina”, criticou o ex-presidente, que governou o Brasil entre 2003 e 2010 e atualmente lidera todas as pesquisas de intenção de voto em diferentes cenários simulados com todos os pré-candidatos.
O ex-presidente disse que tem certeza de que seu governo foi o que mais gerou empregos e vagas nas universidades, mas, segundo ele, “teve um momento em que o PT ficou com medo”. “Toda vez que a gente se recolhe, eles vão pra cima da gente. Até que chegou o momento em que nós falamos basta”, completou.
O petista também argumentou que o presidente Michel Temer “vende estabilidade, quando o governo sequer tem credibilidade”. “Expulsaram a Dilma [Rousseff, ex-presidente, em processo de impeachment] do poder, sem respeitar 54 milhões de votos. Estou vendo eles venderem um crescimento de exportação, quando na verdade a única explicação é a queda das importações. Vendem estabilidade, quando o governo sequer tem credibilidade”, atacou.
Lula disse, por fim, que não deixará as ruas, a não ser no dia de sua morte. “Só uma coisa vai me tirar das ruas desse país e será o dia em que eu morrer. Até lá estarei lutando por uma sociedade mais justa. Qualquer que seja o resultado do julgamento, eu seguirei na luta pela dignidade do povo nesse país”.
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AOS 24/01/18
ÀS 06:41
FOTO/ARQUIVO/REVISTA VEJA