SICUPIRA

É o Sicupira, o eterno amado. No dia em que se completam dois anos da morte do grande ídolo athleticano, a ALEP entrega o título de Cidadão Benemérito do Estado do Paraná a Barcímio Sicupira Junior (in memoriam) […]

No dia em que se completam dois anos da morte do grande ídolo athleticano, a Assembleia Legislativa do Paraná prestou sua homenagem a Barcímio Sicupira Junior. Com a presença de familiares, amigos, representantes do Athletico, da crônica esportiva e da torcida rubro-negra, foi entregue, na manhã desta terça-feira (7), no Plenário da Casa, o título de Cidadão Benemérito do Estado do Paraná (in memoriam) ao ex-jogador de futebol.

A horaria foi prevista na Lei Estadual 20.751, de 20 de outubro de 2021, proposta na Assembleia Legislativa pelos deputados Ademar Traiano, Alexandre Curi e Luiz Claudio Romanelli, todos do PSD, pelo ex-deputado Galo e aprovada por unanimidade.

O presidente Ademar Traiano classificou que a homenagem é ainda pouco por tudo que Sicupira representou ao futebol paranaense e também em outros estados. “Hoje ainda permanece muito viva na memória de todos aqueles que amam o esporte. Portanto, a Assembleia Legislativa não poderia deixar de prestar esse reconhecimento, porque o que resta a essas figuras ilustres que brilharam, que não viveram do futebol ganhando dinheiro, porque era de outra época, é a saudade, as homenagens que a família recebe e com o coração palpitando de alegria”.

Abaixo a falação de Traiano:

O primeiro-secretário, deputado Alexandre Curi ressaltou que Sicupira foi uma figura brilhante dentro e fora de campo. “Dentro do campo, dava uma aula de futebol, o maior ídolo da história do clube mais popular do estado. Fora do campo, um professor de educação física que ajudou muitos jovens, um dos maiores comentaristas esportivos da história do Paraná, que trabalhou por mais de 20 anos na Rádio Banda B, trazendo toda a sua lição do bom futebol. Quando a Assembleia do Paraná presta uma homenagem, é a homenagem de todos os paranaenses. Eu tenho certeza de que todos os torcedores do Paraná Clube, do Coritiba, do Londrina, do Maringá, e de outros times estão juntos nessa homenagem porque reconhecem o Barcímio Sicupira como um dos maiores atletas da história do futebol paranaense”, afirmou.

 

“Trouxe para a mundo do futebol o brilhantismo, deixou um gado inesquecível de memórias e lições. Um grande comentarista, um torcedor apaixonado, por isso foi o craque que foi”, definiu o deputado Romanelli, que lembrou de dois entusiastas da iniciativa: o diretor de Assistência ao Plenário, Juarez Villela Filho e o ex-diretor do Athletico, Roberto Karam.

Um dos proponentes, o ex-deputado Galo, narrou na tribuna o antológico gol de bicicleta do camisa 8 contra o São Paulo, em 1968, no Estádio Durival Britto e Silva, a Vila Capanema. “Ali descobri que o que eu queria era ser athleticano”, contou o vice-presidente do clube, Paulo Afonso Cunali.

“Até a narração eu estava bem, aí eu desmontei”, revelou Mariana, filha de Sicupira, presente ao lado da viúva Lenita, dos irmãos Flávia e Barcímio Neto, além dos netos. “Eu não vi meu pai jogar. Mas com o tempo fomos tomando consciência da importância dele para cada pessoa, cada torcedor e cada clube. Foi um incentivado do esporte como um todo, foi grande no rádio e morreu no dia do radialista. Deixou um legado de respeito com o futebol, o esporte, os atletas e clube. Hoje, dois anos da sua morte, nem deu tempo de ficar triste, pudemos comemorar essa homenagem. Ficou o orgulho, o amor e a saudades”, acrescentou.

Amigo deste os 14 anos, o desembargador Antônio Loyola Vieira se emocionou ao lembrar de vários episódios ao lado de Sicupira. “É uma homenagem que o estado presta a um dos grandes paranaenses, que fez tanto pelo esporte, quanto como professor de educação física, que deu aula em colégio de bairro a crianças pequenas, o que muita gente não sabe. Uma homenagem para quem fez a deixou um exemplo e foi mais importante para o esporte, para os amigos e para sua família”, exaltou o desembargador que representou o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR).

 

Também participaram o deputado Tito Barichello (União), a deputada Márcia Huçulak (PSD), Cloara Pinheiro (PSD, o deputado federal Rubens Bueno (Cidadania) e o ex-governador e secretário do Codesul, Orlando Pessuti.

Craque da 8

Sicupira é um dos maiores ídolos da torcida do Athetico Paranaense, onde atuou por oito temporadas. Também é artilheiro máximo do clube até hoje, com 158 gols marcados. O ex-jogador nasceu em 1944 na Lapa e iniciou a carreira no Clube Atlético Ferroviário no final dos anos 1950. Em 1964 se transferiu para o Botafogo (RJ), onde jogou ao lado de craques como Nilton Santos, Gerson, Jairzinho e Garrincha.

Em 1968 foi contratado pelo Clube Atlético Paranaense, onde viveu seus melhores e mais emocionantes anos no futebol. O time conquistou o título estadual de 1970, após um jejum de 12 anos. Em 1972 atuou no Corinthians, ao lado de Rivelino. Voltou ao Atlético e jogou até pendurar as chuteiras, em 1975, eternizando-se como “o craque da camisa número 8”.

Formado em Educação Física, foi professor universitário e da rede municipal de ensino público. Também atuou como comentarista de programas esportivos, no rádio e na televisão, desde os fins dos anos 70.

Em 2020 teve sua biografia lançada no livro “Sicupira – A Vida e os Gols de um Craque Chamado Barcímio” de autoria do advogado e jornalista Sandro Moser, natural de União da Vitória.

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