O governo de Michel Temer é ruim ou péssimo para 70% da população brasileira. O índice, registrado pela pesquisa Datafolha realizada nos dias 29 e 30 deste mês, mostra que sua reprovação se manteve estável nos últimos dois meses, oscilando apenas em um ponto percentual em comparação com o registrado no fim de novembro.
Em todo o país, apenas 6% dos entrevistados consideram seu governo bom ou ótimo —em novembro, eram 5%—, e 22% o classificam como regular.
A reprovação do presidente estava em ascensão desde o início do seu governo, e em, setembro passado, atingiu os 73% (contra 31% em julho de 2016), índice mais alto já registrado pelo Datafolha desde o início da redemocratização no país. Em novembro, o índice registrado foi de 71% —alteração prevista na margem de erro.
Com um ano e oito meses de governo, Temer tem uma avaliação pior entre as mulheres (75%) e entre os trabalhadores que ganham menos de dois salários mínimos (73%). No Nordeste, 80% dos entrevistados consideraram seu governo ruim ou péssimo.
A percepção se dá num momento em que Temer enfrenta dificuldades para garantir a posse de sua indicada ao Ministério do Trabalho e para fazer avançar a reforma da Previdência no Congresso.
Temer tem declarado que vai trabalhar para melhorar sua imagem. Nos últimos três dias, o presidente fez um périplo por programas populares na TV –foi entrevistado pelo apresentador Ratinho e por Silvio Santos, no SBT, e por Amaury Jr., na Band– para defender sua gestão e pedir apoio à reforma da Previdência.
Nem mesmo a queda da inflação e o freio da taxa de desemprego deram o impulso que Temer precisava para sair dos mais de dois terços de desaprovação.
Entre os entrevistados na última pesquisa, 43% deram nota zero para o desempenho do presidente, numa escala até dez. Apenas 2% deram a nota máxima a Temer.
Sua média, de 2,6, foi levemente maior que a registrada em novembro (2,3), mas ainda assim bem menor que os 4,5 que o presidente teve após dois meses de governo, em julho de 2016.
No panorama eleitoral, a pesquisa mostrou que a impopularidade de Temer se refletiria nas urnas se o emedebista decidisse se candidatar. Segundo o Datafolha, o presidente aparece com apenas 1% das intenções de voto num cenário em que disputasse com Lula (PT), Jair Bolsonaro (PSC), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT).
O levantamento foi feito com 2.826 pessoas em 174 municípios brasileiros. Tem margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.