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Catedral de Jacarezinho

Catedral de Jacarezinho

Localizada bem na área central de Jacarezinho, a Catedral Diocesana é visitada por pessoas de várias cidades do Norte Pioneiro e Sudoeste Paulista. O espaço faz parte da Rota do Rosário, que é um projeto que visa o desenvolvimento regional para alavancar o turismo religioso.

 O site da Rota do Rosário destaca que no dia 07 de fevereiro de 1942 o bispo Dom Ernesto de Paula coloca a pedra fundamental. Para obter a posse de recursos foi organizada uma grande festa que se estendeu de 18 de agosto a 24 de setembro de 1944.

O projeto na época foi elaborado pelo arquiteto paulista Benedito Calixto de Jesus Neto. A construção refletiu uma grandiosidade com 67 metros de comprimento e 22 metros de largura. Nessa época a influência do catolicismo se fazia presente também na educação. Os filhos das famílias abastadas da região estudavam nos colégios internos: Colégio Cristo Rei (masculino) e Imaculada Conceição (feminino).

Com a saída de dom Ernesto, a diocese ficou aos cuidados de Monsenhor João Belchior, vigário capitular que assumiu até a vinda do próximo bispo, D. Geraldo de Proença Sigaud. Amante do estilo colonial, Dom Geraldo alterou o estilo da catedral quando ainda era possível, e confiou a orientação do acabamento ao arquiteto e pintor Dr. Eugênio Sigaud, seu irmão.

No interior da catedral, encontramos além da beleza e riqueza arquitetônica, painéis pintados por Eugênio de Proença Sigaud, irmão de Dom Geraldo de Proença Sigaud, assumidamente ateu e militante socialista. Enquanto Sigaud, um militante social, dizia-se “ateu convicto” como se explica ter ele pintado uma igreja, uma catedral?  Não era contraditório? Explica-se somente por ser convite de seu irmão, um bispo?  Eugênio Sigaud esclareceu que o empreendimento não iria denotar devoção religiosa e sim um trabalho feito por encomenda religiosa.

Remodela o projeto de Benedito Calixto Neto para o estilo romano e executa toda a pintura interna, que foi para a sociedade da época definida como “surrealista e herege”, segundo alguns jornais da época.

Na catedral, é encontrada 600 metros de pinturas, com murais de até 15 metros de altura, com figuras de até 3 metros. São painéis de enormes proporções, representando cenas bíblicas que Sigaud tratou a sua maneira, impondo-lhes sua personalidade, sem prejudicar a finalidade precípua – decorar uma igreja.

Figuram nessas obras, imortalizados, o Velho Testamento, com as oliveiras substituídas por pinheiros, cafeeiros e cana de açúcar, registrando o poder econômico jacarezinhense da época, bem como figuras do povo da cidade: comerciantes, fazendeiros, coroinhas, o prefeito, sua esposa, filhos de Maria, pessoas humildes, bizarras, enfim, figuram nas pinturas de Sigaud pessoas que de algum modo chamaram sua atenção.

Suas pinturas, com características similares a Candido Portinari, demonstram sua luta pelo oprimido; as figuras apresentam pés e mãos enormes e o impacto dramático representa o contraste existente entre a burguesia do proletariado.

O trabalho de Sigaud, em Jacarezinho, é o segundo mais importante do Brasil, depois do de Portinari na Pampulha. É uma arte religiosa de caráter bastante contemporâneo, já dentro de uma visão com comprometimento social e político que era próprio de Sigaud. Apresenta uma análise de todo o contexto por que passou a humanidade nesse período (1942 a 1960). A Catedral foi inaugurada em 1950.

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