A Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denúncia em que a Rede Globo é acusada de pagamento de propina na compra de direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2026 e 2030, além de jogos da Libertadores e da Copa Sul-Americana. A procuradoria no Rio vai decidir se abre a denúncia, que foi apresentada na última quarta-feira (22) pelos partidos PT, PDT e PSOL.
O Grupo Globo foi acusado de pagar propina de US$ 15 milhões, junto com a empresa mexicana Televisa, pelos direitos de transmissão via TV, rádio e internet das Copas do Mundo. O valor teria sido depositado no banco Julius Bär, na Suíça.
Em depoimento sobre o escândalo, Alejandro Burzaco, ex-homem forte da companhia de marketing argentina Torneos y Competencias SA, menciona 14 vezes o Grupo Globo, perante a juíza Pamela Chen, que comanda o caso no Tribunal do Brooklyn, em Nova York.
O delator apontou o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo del Nero, como chefe do esquema de corrupção, mesmo na época em que a entidade era presidida por José Maria Marin.
O PT, PDT e o Psol também assinaram um documento direcionado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em que acusam o Grupo Globo de ter ferido a lei de Defesa da Concorrência no escândalo de corrupção da Fifa.
Defesa
A TV Globo afirmou à colunista que não pode “comentar sobre o que não fomos notificados ou oficialmente informados. Mas aproveitamos para reafirmar o que já dissemos, que o Grupo Globo não pratica nem tolera qualquer tipo de propina e está sempre à disposição das autoridades”.
Quando o escândalo veio a público, o grupo afirmou em nota que, após “mais de dois anos de investigação” feita nos EUA, a empresa “não é parte nos processos que correm na Justiça americana”.
O grupo disse ainda que conduziu “amplas investigações internas” desde que o escândalo da Fifa foi revelado, em 2015. Ainda segundo o comunicado, foi apurado que o Grupo Globo “jamais realizou pagamentos que não os previstos no contrato”