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Em cima do muro sobre a decisão de disputar ou não a eleição para o Senado no ano que vem, o governador Beto Richa (PSDB) pode colocar em risco mais do que o próprio futuro político se abrir mão de tentar um novo mandato eletivo. Permanecer à frente do Palácio Iguaçu até o final do mandato significa impedir que o irmão e o filho se candidatem a cargos no Legislativo, freando a expansão política da família, iniciada em 1962 com o pai José Richa.
Desde que se elegeu pela primeira vez, em 1994, para o cargo de deputado estadual, Beto Richa está na vida pública de forma ininterrupta. Na verdade, ele ficou um breve período sem mandato, entre abril e dezembro de 2010, quando teve de renunciar à prefeitura de Curitiba para poder disputar a eleição de governador.
Agora, por força da legislação eleitoral, o tucano se depara mais uma vez com essa situação. Para poder concorrer ao Senado, terá que renunciar ao governo do estado até o dia 7 de abril do ano que vem, em respeito ao prazo de seis meses para desincompatibilização que antecede o pleito.
Segundo aliados, porém, Beto estaria mais propenso a cumprir todo o atual mandato, o que o deixaria sem cargo eletivo a partir de janeiro de 2019. Mas, para além dos reflexos na carreira dele mesmo, a escolha por esse caminho colocaria em xeque as pretensões políticas do restante da família.
Conforme a Constituição e os regramentos eleitorais, com ele no cargo de governador, “o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção” automaticamente ficam inelegíveis.
Dessa forma, Marcello Richa (PSDB), filho do tucano e secretário de Esporte, Lazer e Juventude da prefeitura de Curitiba, estaria impedido de tentar se eleger deputado estadual. Já Pepe Richa (PSDB), irmão de Beto e secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, não poderia concorrer ao cargo de deputado federal.
A exclusão do sobrenome Richa de postos eletivos no Paraná seria inédita desde 1962, quando o patriarca da família, José Richa, assumiu como deputado federal em Brasília. Ele encerrou a trajetória política em 1995, quando deixou o Senado e passou o bastão ao filho Beto, recém-empossado na Assembleia Legislativa.
A CHAMADA É NOSSA