O presidente Michel Temer deve tirar do papel a reforma ministerial. A ideia é agitar o pote das mudanças já a partir da próxima semana (20/11). A notícia foi confirmada por fontes no Palácio do Planalto e por parlamentares do chamado Centrão, que pressionam por mais espaço no governo após a votação que arquivou a segunda denúncia contra o presidente na Câmara, informa o site do “Estadão”, que apurou que Temer já comunicou interlocutores no Congresso sobre a intenção de redistribuir cargos em 15 dias. Com as mudanças, o PSDB deve perder espaço, enquanto PMDB e PP podem ganhar novas cadeiras.
O partido tucano deve encolher 50% no governo, ou seja, dos quatro ministérios que detêm atualmente, os tucanos continuariam como dois. Devem cair fora, Bruno Araújo (PSDB-PE) do Ministério das Cidades e Luislinda Valois, “a escrava”, (PSDB-BA) dos Direitos Humanos,
Segundo um integrante da base governista, o objetivo do Palácio do Planalto é tornar a composição do governo proporcionalmente mais justa aos votos obtidos por cada partido em pleitos importantes. O PSDB é visto como uma legenda que entrega menos do que outros partidos aliados ao governo. Com essa reestruturação dos cargos, Temer estaria preparando terreno para acabar com a insatisfação dos congressistas, visando a garantir unidade para uma possível votação da reforma da Previdência.
Wellington Moreira Franco, ministro da Secretaria-Geral, disse que o presidente Michel Temer “está avaliando” a possibilidade de fazer uma reforma ministerial e “vai julgar o momento oportuno de tomar essas decisões”. “É o presidente que tem comando sobre o timing. Ele está fazendo as avaliações dele. É importante dizer que as decisões da convenção do PSDB são decisões que dizem respeito ao PSDB. A composição do ministério e o tempo de fazer isso é uma atribuição específica do presidente”, disse o ministro.
Segundo reportagem do Estadão, Moreira Franco negou que a decisão de tirar a reforma ministerial do papel esteja relacionada com o avanço da discussão entre os tucanos para que o partido deixe a base aliada. “A convenção é um problema do PSDB. A decisão do presidente vai estar de acordo com os interesses do País e do governo. São coisas distintas”, argumentou.
COM INFORMAÇÕES DO SITE DE “O ESTADO DE SÃO PAULO”.
FOTOGRAFIA: Presidente Michel Temer junto com ministros no Palácio do Planalto, em novembro Foto: Adriano Machado/Reuters