A declaração dada na segunda-feira (6) pelo presidente Michel Temer admitindo que a reforma da Previdência poderia não sair do papel, se tornou o centro das discussões nesta terça-feira (7).
Para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a aprovação do projeto é difícil, mas necessária. E para isso, segundo ele, é preciso desfazer a imagem negativa que foi colocada na proposta.
“Esse nunca é um tema para a gente estar otimista. É sempre um tema muito polêmico porque sempre se vende a tese que a reforma da Previdência vem para tirar dos pobres e o que o projeto trata de forma fundamental é exatamente o contrário”
Mesmo admitindo que o tema é polêmico, Maia disse não ver a declaração dada por Temer, na segunda, de forma “tão pessimista”. Na ocasião, o presidente afirmou que caso o Congresso não aprove a proposta, “paciência”.
“Se em um dado momento a sociedade não quer a reforma da Previdência, a mídia não quer a reforma da Previdência e a combate e, naturalmente, o Parlamento que ecoa as vozes da sociedade também não quiser aprová-la, paciência. Eu continuarei a trabalhar por ela”,
Quem também comentou a fala de Temer foi o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Após participar de um seminário, em São Paulo, nesta terça, o economista disse que o presidente apenas reconheceu as dificuldades, mas afirmou que a reforma é inevitável.
“Ela terá de ser feita, em algum momento, porque ela é uma questão fiscal. Hoje a previdência representa mais de 50% do orçamento da União e está crescendo. Chegará em um ponto que será 60%, 70%, 80% do total do orçamento inviabilizando o investimento em saúde e educação.”
Além de Meirelles, outro ministro que também se pronunciou sobre o assunto, foi Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil. Em vídeo publicado na página do PMDB no Facebook, Padilha, reforçou a intenção de tentar aprovar a reforma ainda neste ano. Segundo o ministro, o país não pode “entrar em 2019 sem a reforma da Previdência”.
Reportagem, João Paulo Machado da Agência do Rádio.