Silvio Santos e Delfim Netto
Nada teria a dizer sobre eles, suas vidas públicas degradantes falam por si. Ambos serviram a ditadura militar torturadora de 61, 64, 68.
A ditadura que assassinou pessoas que a ela se opunham, como todas as ditaduras o fazem. Por mim, o falecimento deles seria deixado na intimidade de seus familiares.
Toda dor merece ser respeitada, mas quando a morte parece redimir automaticamente abusadores do Brasil, tais como esses dois funcionários da ditadura recente, e um bando de “celebridades” – alguns que ontem se diziam lutar pela democracia quando do ataque bolsonarista – vem a enaltecer suas proezas, sinto-me ofendido.
E, mais grave, sinto o peso da gigantesca hipocrisia dos que desejam enriquecer agradando aos que já são ricos. A verdade tem que ser dita. Silvio e Delfim foram empregados da ditadura militar. Enriqueceram porque serviram a ela; e jamais por conta de possuírem dotes intelectuais excepcionais.
Talvez os tivessem também, mas o que os fizeram ricos e poderosos não foram suas qualidades, e sim os seus defeitos, suas fraquezas éticas! Deixar que soe elogio póstumo a eles sem resistir contribuiria para que os servidores das ambições ditatoriais de hoje possam ser tomados também como pessoas boas para o Brasil. Silvio e Delfim nunca serviram ao bem do país; sim aos seus próprios.
E, para tanto, se empregaram a serviço de uma ditadura assassina. É imensa a hipocrisia dos interesseiros! Não iria falar nada, mas a avalanche de elogios a eles me exasperou. Não! Eu grito sem voz, nessa inutilidade instagrâmica. Elon, outro soldado do autoritarismo, revoltadinho com a soberania brasileira do STF, faz teatro de que se vai. Já iria tarde, se fosse.
É realmente hora de erguermos a nossa voz, colegas! Se não afirmarmos a verdade, sucumbiremos a uma realidade falsificada “made in USA”, ou in Russia, China, Brasil ou de qualquer outro estado poderoso.
Que se diga de Silvio e Delfim a verdade sobre o que fizeram. E de Elon que ele trabalha pelo mesmo mundo autoritário que trabalharam esses outros.
Certamente que nesses mesmos dias morreram outras pessoas sem fama, cujas as vidas merecem sinceros elogios. Meus sentimentos aos merecedores.