Visualizações: 318
O gazeteiro Felipe Souza, da BBC Brasil, sucursal de São Paulo, conta uma história extremamente marcante. A pedido da policial civil, o nome verdadeiro da vitima foi omitido na reportagem, e mais, o nome do agressor e a cidade onde os abusos aconteceram também foram omitidos. Em outras palavras, morremos e não vamos ver tudo. Segundo a matéria, a garota era uma menina falante, de 9 anos, que tinha uma coleção de bonecas e brincava de casinha com a melhor amiga. Amava andar de bicicleta e passar a tarde na rua com outras crianças. Seu único aparelho eletrônico era uma TV. Ele era um fotógrafo de 39 anos, casado, apaixonado pela natureza, extremamente falante e muito amigável. Ganhava fácil a confiança daqueles ao seu redor com suas conversas sobre praias, rios e viagens. A menina e o fotógrafo se viram pela primeira vez no verão de 2002. Tábata* foi estuprada diversas vezes durante dois anos e meio pelo homem, amigo de seus pais. Cerca de 14 anos depois do último abuso, eles se reencontraram. Desta vez, Tábata segurou firme o braço de seu agressor com uma mão enquanto empunhava uma arma com a outra. Ela o conduziu, algemado, até o fundo de uma cela, trancou o xadrez e saiu aliviada, “como se tivesse encerrado um ciclo”. O dia 21 de dezembro de 2016 ficou marcado para a policial civil de Santa Catarina, hoje com 26 anos, como a data em que prendeu o homem que a estuprou na infância. Em entrevista à BBC Brasil, ela contou a história pela primeira vez a um jornalista. Tábata diz que fez isso para encorajar outras mulheres a denunciar seus agressores. “Denunciar e mexer nisso foi um processo de cura”, diz. A história precisa ser conhecida e serve para nos encorajar e não ficarmos silenciosos. VEJA TUDO. (Foto/Ilustrativa).
Tags: