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Sindicato de docentes da UFPR aciona judicialmente o deputado Eduardo Bolsonaro por comparação entre professores e traficantes 

Em julho deste ano, o deputado federal Eduardo Bolsonaro comparou os professores com traficantes de drogas, em um evento político.

Além de ser fora de contexto (os docentes não faziam parte da temática do evento, obviamente), sua fala serviu apenas para estimular ainda mais o ódio na mente de pessoas costumeiramente convencidas a usar armas como forma de solução de conflitos (ou divergências) e contra “ameaças” invisíveis (basicamente, pessoas que discordam de sua visão de mundo).

Se considerarmos que, nos últimos anos, após o surgimento do bolsonarismo, a violência contra professores e instituições de ensino aumentou a níveis nunca antes vistos no Brasil, tratar docentes como algum tipo de ameaça às famílias, usando falas infantilizadas do tipo “vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo tipo de relação”, é como colocar um alvo nas costas de quem trabalha na educação.

Por isso, a diretoria da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR), enquanto legítima representante da categoria docente da instituição, ingressou na Justiça Federal com uma ação civil pública contra Eduardo Bolsonaro.

 

Processo

Na petição, a entidade afirma que as ofensas proferidas pelo parlamentar veiculam estereótipos que reforçam abusivamente a discriminação e o preconceito contra as professoras e os professores, e ferem a honra de toda a categoria docente.

Assim, o sindicato pede a reparação por danos morais homogêneos individuais, no valor de no mínimo R$ 20 mil reais por cada um dos mais de 3.100 docentes filiados, além de uma retratação pública do deputado, veiculada nos principais meios de comunicação do país, dada a dimensão, a gravidade e a repercussão dos ataques aos professores, que foram compartilhados por uma gigantesca horda de seguidores igualmente radicalizados.

Para a APUFPR, a conduta do deputado coloca em risco a integridade física de todas as professoras e professores, ao incitar o preconceito e o ódio contra toda a categoria, instigando militantes radicalizados e armados a agirem e tratarem os docentes como “inimigos” das famílias brasileiras. No processo, a entidade também pede a responsabilização do Estado brasileiro, pela responsabilidade solidária em relação aos atos de um agente público que deveria respeitar as leis e os princípios constitucionais do país.

A direção do sindicato segue combatendo todos aqueles que atacarem a categoria, assim como fez ao denunciar o ex-ministro Abraham Weintraub, condenado por espalhar mentiras e estimular o ódio contra a comunidade acadêmica das universidades públicas do país.

O extremismo que se alastrou pelo país nos últimos anos precisa ser contido, e a diretoria da APUFPR seguirá levando essa luta adiante.

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