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Ninguém discorda, Marialva é uma uva. Mais do que a indicação Geográfica, o município reforça a fama como maior produtor de uvas do Paraná

Ninguém discorda, Marialva é uma uva. Mais do que a indicação Geográfica, o município reforça a fama como maior produtor de uvas do Paraná
Conhecida como a Capital da Uva Fina do Paraná, Marialva foi responsável por 10,5% de toda a produção estadual da fruta em 2021, segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Líder entre os 254 municípios produtores de uvas no Estado, a cidade, na região Noroeste, viu a sua vocação se fortalecer ainda mais a partir de 2017, quando obteve o selo de Indicação Geográfica (IG), conferido a produtos cultivados em regiões específicas e com características diferenciadas. As uvas de Marialva são o tema inicial da série de reportagens especiais da Agência Estadual de Notícias sobre os produtos paranaenses certificados com o selo de IG. Com 12 dos 101 produtos reconhecidos no Brasil, o Estado é uma referência nacional em produtos com indicação geográfica, gerando impactos positivos em toda a cadeia produtiva onde estão inseridos. A combinação das condições ambientais na região, o nível tecnológico adotado e a diferenciação da qualidade das uvas finas de mesa produzidas foram determinantes para o reconhecimento e reputação nacional desses produtos, concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A detentora do registro é a Associação Norte Noroeste Paranaense dos Fruticultores (Anfrut), que representa cooperativas e produtores de uvas de mesa da Região de Marialva. De acordo com o presidente da entidade, Nelson Ricieri, o processo foi intermediado pelo Sebrae-PR e contou com o apoio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), que providenciou os documentos exigidos pelo órgão federal. “Em 2015, o Sebrae-PR nos procurou e amadureceu a ideia de ter uma Indicação Geográfica para as uvas finas de Marialva. Entramos com o processo junto ao INPI e, em julho de 2017, recebemos o registro da indicação de procedência”, explica. A conquista do reconhecimento foi bem recebida pelos produtores, que passaram a ter mais informações para potencializar a produção. “Eles fizeram cursos, foram treinados, receberam com alegria. Estamos trabalhando para que isso melhore mais ainda”, destaca o presidente da Anfrut, que considera que a mudança foi benéfica para todo o município. “ É um reconhecimento à história da uva de Marialva. Temos 20 produtores que fazem parte da Indicação Geográfica. As uvas dentro do padrão são seladas e vão para a frutaria, mercados gourmets ou diretamente para o consumidor”. Entre as regras de produção a serem seguidas, estão o correto armazenamento, aplicação controlada dos defensivos agrícolas, descarte correto de embalagens, uso de equipamentos de proteção individual, além de ausência de mão de obra infantil e de pessoas em regime análogo à escravidão. No caso da própria uva, as bagas devem ser uniformes e ter aparência opaca, não podem possuir nenhum tipo de resíduo de defensivos ou cores diferentes da característica da fruta. “Um técnico verifica cacho por cacho a uniformidade das bagas, o brix (que é o nível de açúcar da fruta), tudo. Se a uva está dentro dos padrões de qualidade, ela é reconhecida pela Indicação Geográfica. Também tem que ter o caderno de campo e anotar tudo o que se aplica nas parreiras: fungicida, data, dosagem e dia que colocou chapéu chinês, que é a cobertura plástica para proteção dos cachos contra a chuva”, diz Ricieri. "O reconhecimento trouxe um complemento para a renda do pequeno produtor. Nosso trabalho é fazer com que esse produtor seja mais bem remunerado pela qualidade da uva". De acordo com Beatriz Poletto, gestora de Agronegócio do Sebrae-PR, uma região é reconhecida com a Indicação Geográfica quando é referência na produção de algum produto. O Sebrae-PR fez todo o diagnóstico da região. “É quando ela está se desenvolvendo em função de algo diferente e que não tenha em outros estados. Marialva é referência pelo clima tropical, o que ajuda a cidade a produzir uvas de qualidade”, diz. O órgão analisa os quesitos para fazer um diagnóstico que comprove o enquadramento na Indicação Geográfica, entre eles, o processo produtivo, a qualidade e apresentação do produto para o cliente. “Avaliamos desde a origem, quando é plantada, a preparação da terra, o desenvolvimento do fruto até o momento que é colhido e industrializado. O Sebrae-PR ajuda na documentação para solicitar essa indicação no INPI. Temos técnicos para fazer o diagnóstico em parceria com o IDR-PR”, explica. O prefeito de Marialva, Victor Celso Martini, reforça que com o reconhecimento da Indicação Geográfica, o consumidor passou a confiar e comprar mais o produto. “O produtor tem que caprichar um pouco mais na qualidade para ter um produto melhor para quem está consumindo. Quando a pessoa experimenta a uva de Marialva que tem a Indicação Geográfica, o que chama atenção é a qualidade. Isso para nós agrega muito valor”, diz.   DESEMPENHO – A uva é a quinta fruta mais produzida no mundo. Entre os estados brasileiros, o Paraná é o sexto maior produtor, em grande parte pelo desempenho dos produtores marialvenses, responsáveis por R$ 23,5 milhões dos R$ 223,2 milhões movimentados com o produto ao longo de 2021. No ano, o Estado produziu 46 mil toneladas de uvas em uma área de 3.579 hectares, com um rendimento médio de 12.858 cachos por hectare. Somente em Marialva são colhidas 17 mil toneladas por ano, cujas principais variedades são Brasil, Benitaka, Niágara, Rubi Vitória e Itália. A produção começou na década de 1960, com os descendentes japoneses da região, mas a importância econômica da uva no município deu seu primeiro salto no final da década de 1980. Antônio Pérez Martinez, produtor de Uva Nubia, plantou a primeira parreira em 1990 numa área de 5 mil metros quadrados. Com o passar do tempo, a rentabilidade da propriedade foi aumentando a ponto de Martinez expandir a produção, chegando a quatro hectares. Na melhor safra, ele chegou à marca de 60 toneladas anuais. Apaixonado pelo que faz, Martinez não esconde o prazer que sente por todos os processos até a uva chegar ao consumidor. “Não é só a questão de faturar financeiramente. É uma fruta muito bonita. Se você está embaixo da parreira, você vê todo o processo”, conta o produtor, que sempre buscou seguir boas práticas para garantir um produto diferenciado no mercado. “Procuramos ter um padrão de qualidade, um padrão de uva dentro do brix e das exigências legais. É muito artesanal. Passamos a tesoura uma, duas, três, vezes. Tem que tirar os brotinhos, é tudo serviço artesanal. Estamos esculpindo uma obra de arte”, complementa o produtor. Martinez conta que o reconhecimento contribuiu para a padronização de técnicas na produção, além de atrair mais compradores. “Ela causa um benefício geral. O comprador quer produto bom, você passa a administrar a sua produção para produzir uma uva de melhor qualidade. Na minha propriedade sempre procurei colher o máximo possível dentro desses padrões”, afirma. “Quando fizemos o processo todo da Indicação Geográfica, ajustamos algumas regras para padronizar todos os produtores que fazem parte do grupo. Melhoramos um pouco a questão de regras a serem observadas. A maioria dessas regras eu já adotava na propriedade”, conclui Martinez.   CAMINHO DA UVA  Uma das iniciativas que também contribuiu para o reconhecimento da Indicação Geográfica foi o Caminho da Uva, uma rota turística que passa por vinícolas, lavouras de uva e até por um observatório astronômico no município. As visitas são agendadas e cada propriedade rural estabelece um valor diferente para a programação. Há inclusive um mapa virtual com as 15 propriedades que compõem o Caminho da Uva. Conforme explica o extensionista do IDR-PR em Marialva, Ailton Rojas Poppi, o Caminho da Uva faz parte do projeto de turismo rural elaborado pelo instituto partir da necessidade de organizar as visitas que os produtores já recebiam constantemente. “Começamos a trabalhar em 2012 porque vimos que havia um potencial do município para criar um roteiro turístico. Criamos o Caminho da Uva, que continua crescendo, e no ano passado criamos o mapa virtual, o que ampliou ainda mais a visitação às propriedades”, explica. O profissional conta que a ideia foi possibilitar que o produtor consiga mais uma fonte de renda. “Quando trabalhamos com o projeto de turismo rural, a proposta é propiciar o aumento de uma atividade em que cada visitante gera uma receita média de R$ 150 a R$ 200. Queremos fazer com que a propriedade tenha uma nova renda sem sair da essência do que é a produtividade rural”, argumenta Poppi. Segundo ele, a Indicação Geográfica atraiu ainda mais turistas para a rota. “O turismo se tornou mais forte, as pessoas vêm pra Marialva para ver uva. A Indicação Geográfica veio para coroar o trabalho e certificar que uma uva desta qualidade só se encontra em Marialva”, ressalta o extensionista do IDR-PR.
OUTROS PRODUTOS – A produção de uva em grande escala acaba potencializando o desenvolvimento de outros produtos derivados, como sucos, doces e vinhos. Um destes exemplos é o produtor Valdir Monarin, proprietário de uma vinícola que leva o sobrenome da sua família desde 1993, mas cujo vínculo com as uvas de Marialva é ainda mais antigo. “A família é envolvida desde 1970 e a minha mãe se aposentou trabalhando nisso. A gente sempre gostou do que faz”, diz. A família decidiu produzir o vinho com as últimas parreiras, que são mais difíceis de comercializar pelo mesmo preço das que são colhidas primeiro. Atualmente, a vinícola produz cerca de 5 a 6 mil litros por ano com uvas finas de mesa sem caroço, rústicas e com alguns blends (misturas) de uvas finas. Apesar de, neste caso, o produto final não ser a própria uva, a Indicação Geográfica contribuiu para uma melhora na produção do vinho. “Nossa produção mudou. Tivemos o enquadramento e auxílio dos nossos parceiros que moram aqui, que passaram por um aprendizado para ter uma produção melhor”, afirma. Monarin lembra que a melhora na produção tem um impacto econômico. “Você gera mais recurso com esse aprendizado que pode melhorar seu produto e, consequentemente, melhora a economia”. Outra frente é a produção de suco. Em maio deste ano, foi inaugurada uma cantina de suco de uva dentro da Anfrut. A empresa faz parte da Comafrut e teve financiamento do programa Coopera Paraná, do Governo do Estado, com R$ 316 mil para compra de equipamento que implementou a usina de suco. A Comafrut, em 2020, também pelo Coopera Paraná, recebeu R$ 416 mil para aquisição de um equipamento de beneficiamento de frutas, veículos com baú refrigerado e usina fotovoltaica.   APOIO DO ESTADO  O Programa de Apoio ao Cooperativismo da Agricultura Familiar do Paraná (Coopera Paraná) é uma ação governamental com o objetivo de fortalecer as organizações cooperativas como instrumentos para melhorar a competitividade e a renda dos agricultores familiares. “Em Marialva foram quase R$ 1 milhão em três chamadas para a compra de equipamentos. Agora tem um pleito para fazer um quiosque para venda dos produtos. Se for um bom projeto, vai obter o nosso apoio também”, afirma o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “Sem os recursos provavelmente não existiria essa capacidade de receber, processar e mandar para o mercado o suco de uva, porque são pequenos produtores rurais que não conseguem investir, chegar num banco e fazer o que foi feito aqui”, acrescenta o secretário. “Isso acaba incorporando à própria renda, à receita do município, ajudando a aumentar a arrecadação de tributos para dar suporte à prestação do serviço público. Pouco a pouco vamos evoluindo, assim como fizemos com tantos outros produtos que o Paraná já conquistou, porque houve trabalho técnico e produção de boa qualidade. O produto recebe um selo de que só ali se produz. Isso faz bem para quem produz e para a economia”, complementa. INDICAÇÃO GEOGRÁFICA – Os 12 produtos paranaenses que obtiveram a IG até o momento são as uvas de Marialva; o barreado do Litoral; a bala de banana de Antonin;, o melado de Capanema; a goiaba de Carlópolis; o queijo de Witmarsum; o café do Norte Pioneiro; o mel da região Oeste; o mel de Ortigueira; a erva-mate de São Mateus do Sul; o morango do Norte Pioneiro e os vinhos de Bituruna. Veja o vídeo:

Carteira assinada: semana começa com 15,3 mil vagas nas Agências do Trabalhador

Carteira assinada: semana começa com 15,3 mil vagas nas Agências do Trabalhador
As Agências do Trabalhador do Paraná e postos avançados de atendimento começam a semana com a oferta de 15,3 mil vagas de emprego com carteira assinada no Estado. A maior parte é para auxiliar de linha de produção, com 2.995 oportunidades. Na sequência, aparecem as funções de magarefe, com 420 vagas disponíveis, abatedor de aves, com 313, e operador de telemarketing receptivo, com 286. A Região Metropolitana de Curitiba concentra o maior volume de postos de trabalho disponíveis (3.971). São ofertadas 286 vagas para operador de telemarketing receptivo, 164 para auxiliar de linha de produção, 160 para operador de telemarketing ativo e 160 para operador de marketing ativo e receptivo.   Na capital, a Agência do Trabalhador Central oferta 94 vagas para preenchimento imediato: ajudante de carga e descarga de mercadorias (62), auxiliar de expedição (15), encanador (10), analista de recursos humanos (04) e ajudante de estruturas metálicas (03). A Região de Cascavel aparece em seguida, com 3.485 oportunidades. São 700 vagas para auxiliar de linha produção, 420 para magarefe, 200 para abatedor de aves e 130 para abatedor de porcos. Nas demais regionais do Interior são destaques Londrina (1.422), Pato Branco (1.303), Foz do Iguaçu (1.143) e Campo Mourão (1.126). Em Londrina, as funções que lideram as ofertas de vagas são auxiliar de linha de produção, com 343, alimentador de linha de produção, com 140, vendedor interno, com 47, e operador de caixa, com 41 oportunidades. Em Pato Branco, os destaques são para auxiliar de linha de produção (352), operador de processo de produção (70), auxiliar de almoxarifado (60) e trabalhador de avicultura de corte (55). Em Foz do Iguaçu, há oferta de emprego para as funções de auxiliar de linha de produção, com 347 oportunidades, abatedor de aves, com 80, auxiliar de cozinha, com 55, e atendente de bar, com 51. Na Região de Campo Mourão são ofertadas 286 vagas para auxiliar de linha de produção, 47 para soldador, 40 para caldeireiro de manutenção e 33 para abatedor de aves.   ATENDIMENTO – Os interessados em ocupar as vagas devem buscar orientações entrando em contato com a unidade da Agência do Trabalhador de seu município. Para evitar aglomeração, a sugestão é que o atendimento seja feito com horário marcado. O agendamento deve ser feito AQUI. Confira as vagas nas regionais.

Política Real.
Comentário desta segunda-feira (02/10/23) do jornalista Genésio Araújo Junior, direto de Brasília.
Acompanhe…

Política Real.<br>Comentário desta segunda-feira (02/10/23) do jornalista Genésio Araújo Junior, direto de Brasília.<br>Acompanhe…

Política Real.

Comentário desta segunda-feira (02/10/23) do jornalista Genésio Araújo Junior, direto de Brasília.

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Cresce número de posts em fóruns anônimos que incitam a violência

Cresce número de posts em fóruns anônimos que incitam a violência
A popularidade de fóruns anônimos na chamada Deep Web vem crescendo e dentro deles os discursos misóginos e de violência contra as mulheres. Pesquisa do Instituto Avon mostra que, em 2023, o engajamento nos chamados "chans", como são conhecidos os espaços anônimos de comunicação, chegou a mais de 38 mil posts por semana, o que dá em média 228 posts por hora. Enquanto, em 2021, o movimento foi de aproximadamente 19 posts por semana. A pesquisa mostra que esses espaços estão tomados por discursos e práticas de desqualificação e violência contra mulheres e produzem ataques organizados, com exposições de intimidade e perseguição online e também no mundo ‘real’, incluindo ameaças de morte. Segundo o levantamento, os discursos violentos se mostraram presentes em 46% das discussões sobre mulheres e em quase 70% das discussões sobre pornografia, sendo quase 18 mil comentários dedicados a vazamentos ou pedidos de vazamentos de nudes. A professora de Direito da FGV, Yasmin Curzi, afirma que esses fóruns sempre foram espaços para discursos de ódio. Na avaliação de Yasmin Curzi, a solução para o problema vai além da regulação dessas plataformas e passa por investimento em educação. A pesquisa divulgada pelo Instituto Avon analisou quase dez milhões de posts entre junho de 2021 e junho de 2023, dentro de 10 chans e 47 grupos em aplicativos de mensagens.

Coxa vence, mas a bronca continua.
Nas redes sociais, o torcedor coloca Justus no paredão:
“Obrigado Justus por falir o Coxa”

Coxa vence, mas a bronca continua.<br>  Nas redes sociais, o torcedor coloca Justus no paredão:<br>  “Obrigado Justus por falir o Coxa”
Coxa vence, mas a bronca continua. Nas redes sociais, o torcedor coloca Justus no paredão: "Obrigado Justus por falir o Coxa"

Estatuto da Pessoa Idosa

Estatuto da Pessoa Idosa

Estatuto da Pessoa Idosa.

O documento faz 20 anos e demanda revisão.

Para pesquisadora, obrigações do Estado precisam ser reforçadas

Da vida de jovem à terceira idade, foi como um instante. Na adolescência, a mineira Maria de Fátima Lopes sonhava ser professora, mas o pai proibiu. Ele disse à filha que, como mais velha, deveria largar a escola no ensino fundamental para ajudar a cuidar dos seus oito irmãos. Aos 21, pensou em voltar à escola. Dessa vez, a proibição veio do marido. Afinal, para ele, mulher tinha como primeiro dever ficar com os filhos. O primeiro trabalho foi aos 28 como doméstica. Ela nunca mais voltou à escola, a não ser para retirar o lixo dos outros, lavar o chão, limpar a lousa e a parede. Aos 60 anos de idade, a nova idosa, mulher negra, que se mudou para o Paranoá, uma região periférica do Distrito Federal, ainda tem sonhos. “Fico triste quando me chamam de velha”. Aos finais de semana – os raros dias em que não está trabalhando como auxiliar de limpeza para uma empresa em Brasília –, precisa cuidar dos netos. Durante a semana, ela vive sozinha em casa depois que volta da lida, trabalhando das 6h às 15h. “Tem hora que bate a solidão. Me arrependo em não ter cuidado um pouco mais de mim”. Aliás, cuidados e direitos são palavras que se repetem no texto do Estatuto da Pessoa Idosa, documento que completa, neste domingo (1º), 20 anos. Quando foi aprovado, a população idosa no Brasil era de aproximadamente 15 milhões. Duas décadas depois, são mais de 33 milhões de pessoas. Os desafios com pessoas em vulnerabilidade ainda são do tamanho de um país diverso como o Brasil, conforme explica a pesquisadora Ana Amélia Camarano, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “A própria Constituição (1988) fala que os pais têm que cuidar dos filhos e os filhos devem cuidar dos pais. Mas, na verdade, o que se tem é que as mulheres são as principais cuidadoras. Mas, depois, não tem quem cuide delas”, afirma. Essa relação de gênero abrange disparidades e características próprias que expõem machismo e racismo na sociedade. “As mulheres, por exemplo, vivem mais do que os homens. Mas elas passam por um tempo maior de fragilidades físicas, mentais, cognitivas. As mulheres negras estão entre as mais vulneráveis dentro do grupo de idosos”, explica. Mesmo sendo muito importante como conquista, a pesquisadora defende uma revisão do estatuto em função das profundas mudanças da sociedade brasileira. Uma crítica que ela faz refere-se ao documento considerar a população idosa homogênea. “Diferenças por raça, gênero e classes sociais deveriam ser abordadas no estatuto”. Outra ponderação feita é que o documento atribui responsabilização criminal para famílias que não cuidam dos idosos, mas que não há a mesma eficácia para o papel do Estado.

Uma década a mais

Para exemplificar a diversidade de realidades, a pesquisadora Ana Amélia Camarano adiantou à Agência Brasil dados de uma pesquisa que ela está concluindo para compor o Atlas da Violência, a ser divulgado neste mês de outubro. “Com base nos dados de 2021, idosos não negros morrem 6,4 anos mais tarde do que os negros. Agora, se você considera uma mulher não negra, o homem negro vive 10,9 anos a menos. O Estatuto fala que os idosos têm direito à vida, mas o alcance a esse direito é diferenciado”. Ela acrescenta que a mulher negra morre 4,9 anos mais cedo do que a não negra. Além da população negra, a pesquisadora enfatiza que outros grupos vulnerabilizados precisam ser especialmente protegidos pelo Estado, como é o caso de idosos da comunidade LBGT. “As pessoas trans, por exemplo, precisam ser assistidas. Existe ainda muito preconceito e elas também vão precisar de cuidados. São populações marginalizadas a vida inteira que sofrem violências ao longo da vida”.

Menos oportunidades

O secretário da Pessoa Idosa, Alexandre Silva, concorda que o desafio do Estado está relacionado principalmente ao atendimento dos direitos dos mais vulneráveis. Ele sublinha que esse segmento é o grupo social que mais cresce em nosso país e que mais crescerá nos próximos anos. “O desafio maior é garantir que todos os grupos sociais, incluindo pessoas pretas, pardas, LGBTQIA+, ribeirinhas, quilombolas, ciganas, privadas de liberdade possam ter os mesmos direitos para envelhecer”. Para ele, o estatuto foi fundamental para garantir as políticas públicas vigentes e os programas de assistência aos idosos. “Falar da pessoa idosa, sem dúvida, é entender que há papéis que cabem aos governos federal, estadual e municipal, à comunidade e à família para atender melhor essa pessoa”. Silva entende que alguns grupos mais vulneráveis têm menos oportunidades de envelhecer com dignidade. A negação ao envelhecer, inclusive, começa muito antes, até na infância. O secretário também entende que deve ser considerada a possibilidade de uma revisão do Estatuto da Pessoa Idosa. “A gente tem, por exemplo, uma situação bem real do aumento da violência patrimonial e financeira, aumento da longevidade, desafios do campo profissional e necessidade de inclusão digital próprios de nossa época”, afirma Alexandre Silva.

“É preciso avançar”

Autor da lei aprovada em 2003, o senador Paulo Paim (PT-RS), admitiu, em entrevista à Agência Brasil, que é possível haver revisões do estatuto, mas ele crê que os parlamentares têm demonstrado atenção com as atualizações do documento. “Algumas questões foram aprimoradas e hoje entendo que está atualizado. Mas sempre digo que não tem política perfeita. Toda a ideia que venha para proteger o idoso é muito importante”. Ele cita a necessidade de valorização do salário mínimo, considerando que se trata de uma massa populacional que, em sua maioria, ganha no máximo dois salários. “É preciso avançar na defesa do estatuto e de todos os direitos que estão ali assegurados. O Brasil teve um aumento de 97% nos registros de violações dos direitos humanos contra a pessoa idosa no primeiro trimestre de 2023”. No entender do senador, isso ocorre pela maior possibilidade de realização de denúncias via ministérios públicos e o serviço do Disque 100. Para contextualizar, o parlamentar de 73 anos explicou que o Japão é um exemplo em que os direitos dos idosos são tratados intensamente com as crianças na escola. “A política de combate a todo tipo de preconceito em relação ao idoso e de violência tem que ser aprimorada. Eu diria que o estatuto trouxe luz a essa parcela da população que estava esquecida”.

Alep no Outubro Rosa

Alep no Outubro Rosa

Outubro Rosa ganha destaque na Assembleia Legislativa na próxima semana. Vários eventos sobre o tema serão realizados, juntamente a outras pautas como desenvolvimento sustentável, portos, tecnologia e educação [...]

Tradicional mês de conscientização e prevenção do câncer de mama, outubro começa com uma agenda extensa na Assembleia Legislativa do Paraná, com vários eventos sobre essa temática. Tipo mais de comum de câncer em mulheres, se for descoberto no início, um em cada três casos pode ser curado, por isso a relevância em ampliar a atenção sobre o assunto. Na segunda-feira (2), às 9 horas, a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, deputada Cantora Mara Lima (REP), vai comandar a Audiência Pública "Nós por Elas - Juntos no Combate ao Câncer", no Plenário. Desde 2011, a campanha Outubro Rosa, lei local de autoria da parlamentar, é dedicada à conscientização sobre a necessidade do autoexame, diagnóstico precoce e tratamento. A deputada também utilizará o Grande Expediente, às 14h30, para a Abertura da Campanha Outubro Rosa. A segunda secretária, deputada Maria Victoria (PP), propôs uma exposição fotográfica sobre o Câncer de Mama, no Espaço Cultural, a partir das 9 horas. Uma parceria entre a Procuradoria Especial da Mulher, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia e a Secretaria de Estado da Saúde (SESA), vai realizar atividades de saúde e bem-estar no Legislativo, com o tema “Juntos no Combate ao Câncer”. Frente Parlamentar Ainda na segunda-feira, será lançada a Frente Parlamentar da Engenharia, Agronomia, Geociências e da Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável do Paraná, que tem por objetivo fortalecer as organizações e entidades de classe, instituições de ensino, empresas, profissionais registrados e estudantes. O evento no Plenário, às 9h30, reunirá representantes dos setores e é proposto pelo coordenador da Frente, deputado Fabio Oliveira (Podemos), pelo segundo secretário e vice-coordenador do grupo de trabalho deputado Alexandre Curi (PSD) e pelo também vice-coordenador deputado Moacyr Fadel (PSD). Na terça-feira (3), o deputado Gilson de Souza (PL) e a Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Pessoa com Deficiência vão promover um Ciclo de Palestras com o tema "Parentalidade Digital". O evento será no Plenarinho, às 9 horas. Também às 9 horas, por proposição do presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, deputado Professor Lemos (PT), e do presidente da Comissão de Educação, deputado Hussein Bakri (PSD), a Assembleia Legislativa realizará, uma sessão especial de abertura da Conferência Nacional de Educação (Conae), etapa Paraná. O encontro antecede a etapa nacional que acontecerá em Brasília em janeiro de 2024. Com o tema “Plano Nacional de Educação 2024-2034: Política de Estado para garantia da educação como direito humano com justiça social e desenvolvimento socioambiental sustentável”, o objetivo da Conae é debater as políticas públicas educacionais no Brasil para os próximos dez anos. Em reconhecimento à gestão portuária, o deputado Hussein Bakri vai promover uma sessão solene para homenagear o Porto de Paranaguá. O evento será no Plenário, às 18 horas. Já no dia 5, às 18 horas, o deputado Hussein Bakri também será o proponente de sessão solene em homenagem ao "Dia do Jiu-Jitsu". A data está prevista na Lei Estadual nº 20.646/2021 e é comemorado anualmente no dia 30 de agosto. O Workshop Smartphone Conecta+ pretende ensinar os idosos a acessarem de forma correta um smarthphone. O workshop é promovido pelo Conselho de Ações Solidárias e Voluntariado da Assembleia em parceria com a Celepar, do Governo do Paraná, com o apoio da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, presidida pelo deputado Cobra Repórter (PSD). A ação será nos dias 5 (das 14h às 17h) e 6 (das 9h às 12h), no Plenário do Legislativo. Gorjeta Começa  a tramitar em Plenário o projeto de lei 272/2023, de autoria do deputado Paulo Gomes (PP), que dispõe sobre a divulgação e informação sobre a cobrança da taxa de serviço ou gorjeta. O texto define a necessidade de o consumidor ser informado sobre o caráter opcional e facultativo das cobranças em restaurantes, lanchonetes, bares, hotéis e demais estabelecimentos de gênero similar no Paraná. O item faz parte da pauta da sessão plenária de segunda-feira, às 14h30. A proposta determina que os estabelecimentos que cobrem dos consumidores a taxa de serviço ou gorjeta devem divulgar a porcentagem sobre o valor total do consumo do produto ou serviço. A informação deverá ser disponibilizada em local de fácil acesso, com grande visibilidade, além de ser redigida de maneira que facilite a compreensão por parte dos consumidores. Outras cinco proposições de concessão do título de utilidade pública serão votadas em primeira discussão. O projeto de lei 575/2019, do deputado Evandro Araújo (PSD), concederá o título à Associação de Capoeira da Região de Ibiporã; o projeto de lei 659/2023, do deputado Professor Lemos (PT), à Associação dos Agricultores Familiares do 19 de junho, em Cândido de Abreu; o projeto de lei 679/2023, do deputado Matheus Vermelho (PP), à Associação de Vôlei de Quedas do Iguaçu; o projeto de lei 735/2023, da  deputada Luciana Rafagnin (PT), à Associação das Mulheres do Café do Norte Pioneiro do Paraná, com sede no município de Pinhalão; e o 484/2023, da deputada Maria Victoria (PP), ao Instituto Bianchini de Desenvolvimento Social para a Comunidade, com sede em Maringá. Passa por redação final o projeto de lei 75/2023, do deputado Evandro Araújo (PSD) e da deputada Maria Victoria, que denomina a PR-455, no trecho que liga Marialva a Aquidaban, como “Rodovia Tancredo Neves – Agostinho Garbugio”. Em segundo turno os deputados votam o projeto de lei 685/2023, do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR), que autoriza o órgão a efetuar a doação de imóvel ao município de Cruzeiro do Oeste. Em terceira discussão está o projeto de lei 377/2023, dos deputados Cobra Repórter (PSD) e Tiago Amaral (PSD), que altera incisos da Lei nº 4.245/1960, resolvendo dissentimentos existentes no traçado do polígono definidor entre limites dos municípios de Ivatuba e Floresta. E o projeto de lei 683/2023, também do TJ-PR, que autoriza o órgão a efetuar a doação de imóvel ao município de Laranjeiras do Sul. Transmissão A sessão plenária da próxima segunda-feira (2) terá transmissão ao vivo e pode ser acompanhada a partir das 14h30, pela TV Assembleia, por meio do canal 10.2, em TV aberta, e do canal 16, da Claro/NET. O conteúdo também pode ser acessado pelo canal do Youtube do Legislativo.  

Congresso gastador. Parlamentares estão apresentando propostas que podem chegar a um gasto de extra de R$ 24 bilhões

Congresso gastador. Parlamentares estão apresentando propostas que podem chegar a um gasto de extra de R$ 24 bilhões
O assunto é destaque de capa na edição deste domingo (01/10/23) da Folha de São Paulo. Segundo reportagem, assinada pelos jornalistas Idiana Tomazelli e Thiago Resendema, o gasto pode chegar a R$ 24 bilhões em propostas que estão tramitando no Congresso Nacional. A matéria dá conta ainda que, se os gastos forem praticados, vão ampliar as despesas, interferindo nos planos do ministro Fernando Haddad (Fazenda) de zerar o déficit em 2024.

Delegado Matheus Laiola é o quarto político mais influente no TikTok. Ele só perde para Lula, Bolsonaro e Tiririca

Delegado Matheus Laiola é o quarto político mais influente no TikTok. Ele só perde para Lula, Bolsonaro e Tiririca
Além de Laiola, mais dois políticos paranaenses estão entre os 10 mais. O deputado Marco Brasil (PP) e o Sargento Fahur (PSD). Os número foram mostrados após levantamento feito pela Universidade Federal Fluminense (UFF) a pedido do jornal Estadão. Entre os dez políticos mais seguidos na plataforma de vídeos curtos, prevalecem os parlamentares que são de centro ou de direita e que defendem, no geral, a pauta da defesa dos animais e da segurança pública.

Vejam os números:

Tiririca (PL) - 6.100.000

Jair Bolsonaro (PL) - 5.500.000
Lula (PT) - 4.300.000
Delegado Matheus Laiola (UNIÃO) - 4.100.000
Fabio Teruel (MDB) - 2.500.000
Felipe Becari (UNIÃO) - 1.800.000
Kim Kataguiri (UNIÃO) -1.100.000
Marco Brasil (PP) -968.200
Flávio Bolsonaro (PL) - 963.900
Sargento Fahur (PSD) - 938.300

É o Darci Machado
Estive conversando, esta semana, com meu amigo, grande jornalista e cronista esportivo, sobre os acontecimentos que envolvem o nome de Sergio Moro. Machadinho foi rápido e contundente:
“Depois que morreu John Wayne, não tem mais filme com mocinho!!!”

É o Darci Machado<BR>Estive conversando, esta semana, com meu amigo, grande jornalista e cronista esportivo, sobre os acontecimentos que envolvem o nome de Sergio Moro. Machadinho foi rápido e contundente:<BR>“Depois que morreu John Wayne, não tem mais filme com mocinho!!!”

É o Darci Machado

Estive conversando, esta semana, com meu amigo, grande jornalista e cronista esportivo, sobre os acontecimentos que envolvem o nome de Sergio Moro. Machadinho foi rápido e contundente: "Depois que morreu John Wayne, não tem mais filme com mocinho!!!"

 

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