Prestes a completar 90 anos, o IBGE vive um momento de incertezas após assumir como presidente o economista Marcio Pochmann. A gestão dele à frente de outro instituto público de pesquisas, o Ipea, foi recheada de polêmicas. E agora no IBGE, tem manifestado admiração pelo modelo chinês, aquele que quando os números não interessam ao governo e ao partido comunista, simplesmente riscam e apagam. O IBGE é um órgão subordinado ao Ministério do Planejamento, mas a indicação de Marcio Pochmann teve a interferência direta do presidente Lula e do PT.
Em setembro, Pochmann passou oito dias na China onde disse ter conversado com o presidente do Instituto Nacional de Estatística.
É importante ressaltar que o IBGE é responsável por pesquisar e divulgar a taxa de desemprego, o índice de inflação (IPCA), o Produto Interno Bruto (PIB) e muitos outros dados essenciais para a economia, para a agropecuária, indústria e tantas outras áreas. Sem transparência e credibilidade nesses dados, as estatísticas essenciais vão sofrer um apagão.
O economista Edmar Bacha que presidiu e modernizou o IBGE, disse ter ficado ofendido com a indicação de Marcio Pochmann para assumir o órgão. “Ele tem uma visão totalmente ideológica da economia. E não terá problema de colocar o IBGE a serviço dessa ideologia, como fez no Ipea”.
Marta Mayer, integrante da Comissão Consultiva do Censo Demográfico e ex-diretora de pesquisas do IBGE, em um longo artigo, afirma estar em curso uma mudança de índole ideológica no órgão. Ele afirma que “a nova direção quer que o IBGE adote gestões sindicais e partidárias, com práticas de controle das estatísticas”. Como deputado que já enfrentou tantos embates no parlamento, estarei atento para impedir que esses desvios venham a ocorrer e a desfigurar a função do IBGE que é a de ser um órgão de Estado, e não um instrumento para uso deste ou daquele governo de plantão.
Luiz Carlos Hauly é deputado federal e economista tributário.
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