Para 42,9%, economia do país melhorou no governo Lula. A avaliação da gestão ficou em 42,4 e aprovação do desempenho pessoal do petista chegou a 59,7%

Ao completar sete meses à frente da Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva ainda enfrenta dificuldades para fazer sua agenda econômica avançar no Congresso Nacional. O arcabouço fiscal e a reforma tributária são dois exemplos de como a queda de braço com o chamado Centrão não está fácil para Lula. O presidente colhe avanços e retrocessos na sua relação com os parlamentares, cientes do poder que têm sobre um governo com uma base fragmentada e dependente da boa vontade dos partidos aliados.

 

Mesmo diante das dificuldades, pesquisa realizada pelo Instituto Opinião, entre os dias 16 e 19 de agosto, mostra que a percepção dos brasileiros é positiva em relação a atuação econômica do governo. Para 42,9% dos brasileiros, a situação econômica do Brasil melhorou desde o início do ano contra 27,6% que acham que piorou. O Nordeste é a região no qual a avaliação econômica é mais positiva, com 53,2% dos entrevistados afirmando que a situação do país melhorou contra 27,6% que acham que piorou. Já na região Sul, a população diz acreditar que piorou mais (34,8%) do que melhorou (32,1%). Vale lembrar que o Nordeste foi um reduto eleitoral de Lula no pleito de 2022. O petista ficou com 69,3% dos votos válidos no segundo turno contra 30,7% de Jair Bolsonaro. Na região Sul, o petista teve 38,2% dos votos ante os 61,8% de Bolsonaro. 

 

Em relação aos próximos meses, o levantamento do Instituto Opinião mostra que os brasileiros estão mais otimistas. Para 50,2% dos entrevistados, a situação econômica do país vai melhorar. De acordo com 22,5% dos ouvidos, a economia vai piorar.

“A pesquisa abordou questões fundamentais, como a perspectiva dos entrevistados em relação à situação econômica sob o governo Lula e suas projeções para os meses subsequentes, tanto em termos pessoais quanto do país”, afirma Arilton Freres, sociólogo e diretor do Instituto Opinião. “Esses resultados oferecem um panorama das opiniões e expectativas dos entrevistados, contribuindo para uma compreensão mais clara das perspectivas públicas sobre a economia e a liderança política atual.”

 

A eleição de Lula para o terceiro mandato foi cercada por desconfiança. Teria o petista habilidade para conduzir um governo em meio a uma crise política, uma econômica em frangalhos e a conduzir um país malvisto no exterior? A pesquisa do Instituto Opinião aponta que após sete meses de governo, o governo Lula é considerado ótimo e bom para 42,4% dos entrevistados. Já 27,2% avaliam a gestão do petista como ruim ou péssima. Novamente a região Nordeste tem a melhor avaliação do terceiro mandato em relação ao restante do país. 51,4% dos nordestinos avaliam positivamente o governo. E a região Sul também é a mais crítica à gestão lulista. Para 36,4%, a gestão do petista é ruim ou péssima. O desempenho pessoal de Lula como presidente do Brasil é aprovado por 59,7% e reprovado por 34,1%. 

“O presidente Lula tem uma grande habilidade política. Ele transita bem entre os contrários. Ele tem conseguido passar tranquilidade aos investidores, é um defensor das instituições democráticas e busca demonstrar vontade de governar para todos. Isso explica que até eleitores que não votaram nele aprovarem seu desempenho na Presidência”, avalia Freres.

O levantamento estabeleceu comparações com o governo anterior, liderado por Jair Bolsonaro. Segundo 53,9% dos ouvidos na pesquisa, o governo atual é melhor que o anterior. Para 30%, a gestão Bolsonaro foi melhor.

“A pesquisa mostra que Bolsonaro mantém um eleitorado fiel, na casa dos 30%. Em comparação com a eleição do ano passado, o ex-presidente perdeu aderência. Os últimos escândalos envolvendo a venda de presentes dados a ele enquanto chefe de Estado desidratou sua musculatura eleitoral”, afirma Freres. 

 

O levantamento também mostra o que a população está achando das viagens do presidente Lula ao exterior e da política externa adotada nos primeiros sete meses de governo. Para 56% dos entrevistados, o presidente acerta na sua atuação diplomática contra 36,7% que reprovam. Um exemplo desse apoio positivo é em relação a negativa do governo em permitir a venda de munições e equipamentos militares para a Ucrânia. Desde que assumiu o governo, Lula defende uma saída diplomática para o conflito entre ucranianos e russos. 

 

O Instituto Opinião ouviu 2 mil pessoas com idade acima de 16 anos. A margem de erro da pesquisa é de 2% para mais ou para menos e o levantamento tem 95% de confiabilidade para o resultado geral. A coleta foi realizada por telefone.

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