Com a volta das chuvas intensas de quinta-feira (02/11) para sexta-feira (03/11), a vazão dos Rios Iguaçu e Paraná voltou a subir nas bacias dos dois rios. Choveu muito em vários pontos do Rio Iguaçu e também na área incremental do Rio Paraná, que abastece o reservatório da usina de Itaipu. Como consequência, as vazões tiveram um pequeno aumento na região da Ponte da Amizade, na fronteira entre Brasil e Paraguai, mas esses valores devem se estabilizar no fim de semana, com a previsão de tempo bom e queda na temperatura.
Só nos últimos sete dias, choveu na região de Foz do Iguaçu cerca de 360 milímetros. A média para o mês de outubro é de 250 milímetros. Metade deste valor médio foi registrado nos últimos dois dias, confirmando os prognósticos da Comissão Especial de Cheia (CEC) da Itaipu. A comissão formada por profissionais brasileiros e paraguaios, de diferentes áreas da empresa, permanece mobilizada para assegurar a segurança da barragem, dar toda a assistência às famílias atingidas pelas inundações, mitigar os impactos para a população ribeirinha e manter dentro da normalidade o fornecimento de energia elétrica para o Brasil e o Paraguai.
Cerca de 500 moradias foram afetadas em cidades fronteiriças do país vizinho. O bairro mais afetado é o San Rafael, em Ciudad del Este. A Itaipu alerta que ainda é cedo para as pessoas alojadas em abrigos voltarem para casa. Boa parte delas permanece em albergues mantidos pela Itaipu e prefeituras locais. Voluntários da Responsabilidade Social, Corpo de Bombeiros da Itaipu e Defesa Civil, entre outros órgãos, trabalham para ajudar as famílias que foram retiradas das áreas vulneráveis a inundações.
Produção
Nesta sexta-feira (03/11), o vertimento na usina de Itaipu chegou a 8.152 metros cúbicos de água por segundo (m³/s), o equivalente a seis vezes a vazão normal das Cataratas do Iguaçu. Esse volume deve diminuir pouco a pouco até chegar à casa dos 1,5 mil (m³/s) já neste sábado (04/11). A vazão defluente de Itaipu vai baixar para não aumentar o impacto da cheia do Iguaçu, que deverá registrar novo pico na tarde de sábado. O vertedouro deve ficar aberto até o dia 10 de novembro, visto que a afluência deve cair dos atuais 19 mil m³/s para 11 m³/s no domingo (12/11).
A produção de energia da usina está em torno 11 mil megawatts médios. A cota do rio Paraná na região da Ponte da Amizade subiu de 116,2 metros para 117 metros acima do nível do mar. Pelo menos para os próximos dias, não há previsão de aumento significativo do nível do rio naquele ponto.
No pico das cheias na semana passada, por causa do represamento do Rio Iguaçu pelo Paraná, esse valor chegou a 119,11 metros. O nível médio do Rio Paraná, naquela região, vai até 101,66 metros. Entre 105,60m a 107,99m, começa o índice próximo a inundações. A cota hoje está 16 metros acima do normal.
Para o coordenador da CEC e gerente de Departamento de Operação do Sistema da Itaipu, Paulo Zanelli Júnior, a esperança é que o pior já tenha passado. “Graças às estratégias adotadas pela comissão, em parceria com outros órgãos municipais, a Itaipu tem conseguido manter um equilíbrio entre armazenamento de água, produção de energia e redução de impactos para as famílias ribeirinhas”.
A usina de Itaipu é uma hidrelétrica que funciona a fio d’água, com um reservatório pequeno, proporcionalmente à sua capacidade de produção de energia elétrica. A água que chega das cerca de 50 usinas localizadas a montante do Rio Paraná é usada para a geração de energia.
A binacional emite boletins hidrológicos diários, que são repassados aos órgãos de Defesa Civil do Brasil e do Paraguai e podem ser consultados no link: https://www.itaipu.gov.br/